Priscilla Mazenotti
Enviada especial
Roma - Como forma de tentar combater a crise dos alimentos no mundo, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) anunciou hoje (4) que vai destinar até 2009 US$ 17 milhões aos países mais pobres que sofrem com o problema.O fundo é uma ação de emergência da FAO e será destinado à compra de sementes e de fertilizantes, à melhoria de sistemas de irrigação e infra-estrutura e a aquisição de outros equipamentos necessários para desenvolver a agricultura em países africanos. A FAO estima, no entanto, que são necessários pelo menos US$ 1,7 bilhão até 2009 para que o problema alimentar seja reduzido com mais eficácia nessas regiões. Alguns países também anunciam ajuda àqueles que enfrentam mais duramente a crise dos alimentos. Na abertura da conferência da FAO, ontem (3), o presidente francês, Nicolas Sarcozy, assumiu o compromisso de colaborar com US$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos para países africanos. O Banco Mundial também anunciou a destinação de US$ 1,2 bilhão para a crise alimentar. O presidente da instituição, Robert Zoellick, disse no plenário da Conferência da FAO que fará da crise alimentar uma das prioridades na reunião do G 8 (grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo – Estados Unidos, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália – e a Rússia), marcada para julho."Na reunião do G 8 vamos coordenar políticas internacionais para transformar a grande demanda por comida em uma oportunidade para o desenvolvimento dos países". Segundo ele, haverá o incentivo aos pequenos agricultores e o investimento em pesquisa.Zoellick ainda pediu a conclusão da Rodada Doha, para que lentamente se possa corrigir as distorções entre os subsídios agrícolas e as tarifas.