Brasil precisa avançar na preservação de rios e no combate ao tráfico de animais, diz IBGE

04/06/2008 - 18h31

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A qualidade das águasdos rios brasileiros está longe de alcançar patamaresideais. O diagnóstico é do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE) e consta da terceira ediçãodo relatório dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável2008 (IDS 2008), divulgado hoje (4). De acordo com o levantamento,nenhum rio ou represa do país alcançou a classificaçãoótima no Índice de Qualidade da Água (IQA).O IDS analisou 23indicadores divididos nos temas atmosfera, terra, água doce,oceanos, mares e áreas costeiras, biodiversidade e saneamento.Segundo o IBGE, os resultados do levantamento referentes àárea ambiental apresentam os indicadores mais negativos ou emevolução lenta.Os resultados maispreocupantes em relação à qualidade da água,segundo o IBGE, foram registrados no Rio Tietê, em SãoPaulo, Rio Iguaçu, na região metropolitana de Curitiba(PR), e Rio das Velhas, que corta Belo Horizonte. A situaçãotambém é crítica na bacia do Paraguaçu,que banha a região do Recôncavo Baiano e no Rio Ipojuca,em Pernambuco.De acordo com o IBGE, acontaminação por resíduos domésticos eindustriais já começa a provocar escassez dedisponibilidade de água de qualidade mesmo em áreas comabundância de recursos hídricos.Outro resultado queaponta para a necessidade de acelerar as políticas ambientaisno país é o aumento do número de espéciesameaçadas de extinção e o avanço deregistro de animais comercializados ilegalmente, apontados pelo IBGE.Entre 1989 e 2004, onúmero de espécies ameaçadas de extinçãono Brasil saltou de para 398 para 627. Segundo o IBGE, os grupos queapresentam maior número de espécies ameaçadassão as aves, os peixes de água doce e os insetos, com160, 142 e 96 espécies, respectivamente.Em relaçãoao tráfico de animais, o IBGE calcula que, anualmente, 38milhões de animais são comercializadosinternacionalmente e o Brasil é um dos principaisfornecedores, responsável por 10% do mercado. Em 2005, mais de37 mil animais que seriam comercializados ilegalmente dentro e forado país foram apreendidos, mais que o dobro do númeroregistrado em 2000.