Mariana Jungmann
Enviada especial
Foz do Iguaçu (PR) - Oficiais de polícia deEspanha e Portugal disseram hoje (18), durante a Oficina de Cooperação e Coordenação dePoliciais do Mercosul para o Enfrentamento do Tráfico de Pessoas, promovidapela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Foz do Iguaçu, no Paraná,que a Europa estuda implementar visto para a entrada de turistaslatino-americanos.“Com a dificuldade deentrada nos Estados Unidos e a desvalorização do dólar, há um fluxo imenso demigrantes latino-americanos para a Europa. E quando há um desequilíbrio assim atendência é de compensar de alguma forma. Essa forma pode ser o visto”, disseIsabel Burke, adida policial portuguesa, que trabalha com a Polícia Federalbrasileira, em Brasília.Segundo ela, atualmente a maiorcomunidade estrangeira em Portugal é de brasileiros. E entre as prostitutas," asbrasileiras são muito mais numerosas do que as portuguesas”.O adido espanhol Jose EmidioMorgade Lopo, que também vive em Brasília, concordou com Burke sobre apossibilidade da implementação de visto para turistas, já que os imigrantesilegais – traficados ou não – entram geralmente dessa forma na Europa.Segundo ele as brasileirasestão entre as vítimas do tráfico de pessoas mais numerosos na Espanha, e asmedidas de deportação e repatriamento delas "são sem dúvida menos penosas doque elas passariam lá, nas mãos do tráfico”.Depois que elas entram naEuropa, segundo Lopo, é muito mais difícil alcançar as garotas que viram prostitutas,espontaneamente ou não. “Elas são deslocadas de cidade ou de país a cada quinzedias, para que não criem vínculos, especialmente não casem, porque se asorganizações perdem a garota, perdem também o cliente que era assíduo”, explicao policial espanhol.Os dois policiais explicaramque o “Acordo de Schenegen”, assinado pela maior parte dos países da Europa,implementou um modelo de trânsito de pessoas que faz com que o fluxo seja livree que só haja controle de imigração nas entradas do Continente.“Como lá dentro não háqualquer controle de passagem, todos os membros adotaram o mesmo rigor quandosão portas de entrada. Foi isso que gerou confiança entre as autoridades”,explicou Isabel Burke.