Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O coordenador dapesquisa para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC),Márcio Nakane, prevê que a inflação nacidade de São Paulo ficará entre 0,45% a 0,50% emabril, ligeiramente acima da projeção anterior, de0,44%. Uma parte dessa aceleração, conforme explicou,virá “do efeito da entrada no mercado dos novos preçosdos remédios”.De acordo com o economista, osmedicamentos contribuíram com 0,48% no cálculo do IPCna segunda quadrissemana de abril - período de 16 de marçoa 15 de abril comparado imediatamente aos 30 dias anteriores. O reajuste dosmedicamentos foi o principal motivo para a elevação nogrupo saúde de 0,30% para 0,39%. Dos sete grupos pesquisados,na segunda prévia, apenas dois apresentaram desaceleração:despesas pessoais, 0,29% ante 0,32%, e educação, 0,09%ante 0,10%.Nakane observou que dos 505 subitenspesquisados a maior pressão foi exercida pelas tarifas deenergia elétrica, com elevação de 2,54%. “Foi o que maiscontribuiu para a alta do IPC e representou um quarto da taxa(24,5%)”, disse. O grupo habitaçãosubiu de 0,47% para 0,50%, mas não foi a maior taxa doperíodo, que coube a vestuário (0,77%), “puxada peloaumento de preços das roupas femininas”, explicou Nakane.Nocaso da alimentação, que teve a segunda maior elevação(0,56%), o pão francês continuou em destaque na lista deprodutos que ficaram mais caros, subindo em média 7,14%, namaior correção desde dezembro de 2002 (9,37%).Apesardesses avanços, Nakane mantém a projeçãode uma inflação anual de 4,10%, abaixo da meta oficialprevista para 4,5%. Sobre a elevaçãoda taxa básica de juros (Selic), que passou de 11,25% para11,75%, o coordenador da pesquisa da Fipe afirmou que algunseconomistas num primeiro momento se surpreenderam, achando que oaumento se situaria em 0,25% . “Agora, se a gente for olhar para osoutros momentos em que o BC [Banco Central] elevou a taxa, vaiverificar que o procedimento foi semelhante”.