Mylena Fiori*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A disposição do governo colombiano de soltar guerrilheiros presos em troca de reféns deve amenizar a má repercussão da operação militar contra acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território do Equador, há um mês. A avaliação é do professor José Flávio Sombra, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB)..Na última quinta-feira (27), o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, assinou decreto que permite a libertação de membros das Farc e a suspensão de suas penas em um acordo humanitário para a liberação da ex-candidata à presidência do país, Ingrid Betancourt, e outros reféns. “Há um avanço na utilização dos meios diplomáticos para amenizar aquilo que em alguma medida havia chamado a atenção de setores importantes da opinião pública na Europa e na América Latina”, afirmou o professor, em entrevista hoje (31) à Rádio Nacional. O professor disse acreditar na eficicîência do combate militar às Farc, mas ponderou que a estratégia também gera insegurança, tanto na população quanto em reféns e guerrilheiros. “Há uma vitória militar crescente, visível na ocupação de espaços, na redução da mobilidade militar das Farc. Por outro lado há perdas muito importantes dos dois lados, o que vai deixando a sociedade e os atores envolvidos em situação de vulnerabilidade. Uma vitória militar sem uma base social de legitimidade é a semente para o surgimento de outras estruturas de enfrentamento ao estado democrático", afirmou.