Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Milhares de sem tetomantêm desde a última sexta-feira (28) terrenos urbanosparticulares ocupados nas cidades de Campinas (SP), Mauá (SP), Embu dasArtes (SP) e Manaus. Os manifestantes propõem uma políticahabitacional baseada em subsídios e desapropriaçõesde terrenos e edifícios públicos que, em sua visão,não cumprem função social. As ocupaçõesfazem parte de uma jornada nacional de manifestações,organizada por 11 entidades, entre elas o Movimento dos TrabalhadoresSem Teto (MTST), Movimento Urbano dos Sem Teto (Must), Movimento dasFamílias Sem Teto (MFST) e Movimento Quilombo Urbano. De acordo com o movimento, cada uma dasocupações está sendo realizada com,aproximadamente, 500 famílias. Emmanifesto distribuído à imprensa, os movimentosdefendem uma política habitacional "popular" baseadaem subsídios, "com valor adequado à realidade dasmetrópoles, sem o entrave burocrático e elitista dosfinanciamentos bancários". Eles pedem também que ogoverno federal desenvolva uma política nacional dedesapropriações de terrenos e edifícios urbanosque não cumprem função social, destinando-os àsdemandas populares organizadas.Eles sugerem também aadoção de uma política nacional integrada detransporte urbano público gratuito, a criação decreches financiadas pelo estado e políticas de geraçãode trabalho e renda "que dêem alternativas sociais e nãopoliciais aos trabalhadores informais"."A gente nãoacha justo que uma terra grande, bonita, boa para morar, estejaabondonada enquanto milhares e milhares de famílias nãotêm sua moradia garantida", afirma o coordenador do MTST,Marco Fernandes.