Pólo Petroquímico do Rio tem investimentos iniciais de US$ 8,4 bilhões

31/03/2008 - 6h35

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras inicia hoje (31) em Itaboraí as obras de terraplanagem do ComplexoPetroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o maior empreendimento industrial das últimas décadas no país e um dosmaiores do mundo no setor. Os investimentos iniciais são de US$ 8,4 bilhões.O complexo vai gerar mais de 200 mil empregosdiretos e indiretos e processará petróleo pesado proveniente da Bacia deCampos, no norte fluminense, para produzir matéria-prima petroquímica e derivados.

A cerimônia contará com apresença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente daPetrobras, José Sergio Gabrielli, além dos diretores daestatal.

O empreendimento contará com aparticipação de sócios privados, como o Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES) e o grupo Ultra. Terácapacidade para processar até 150 mil barris/dia de petróleo pesado,utilizando para isso uma Unidade de Produção de Petroquímicos Básicos (UPB) e seis unidades petroquímicas de segunda geração.

Estão incluídos noempreendimento o Centro de Integração de São Gonçalo (município da áreametropolitana do Rio), uma base logística também em São Gonçalo e o duto defornecimento de petróleo.

Previstas inicialmente paracomeçar no quarto trimestre deste ano, as obras de implantação doComperj foram antecipadas em razão do entendimento que vem sendo mantido com  o governo do estado para acelerar oprojeto – previsto entre as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Em cerimônia no Palácio Guanabara na semana passada, a Petrobras, representada pelo diretor de Abastecimento, PauloRoberto Costa, recebeu do governador Sérgio Cabral Filho a licençaprévia do Complexo Petroquímico do Rio.Com custo aproximado de R$ 820 milhões, asobras de terraplanagem devem movimentar 45 milhões de metros cúbicos de terra, o equivalente, segundo o diretor Paulo Roberto Costa, a 12estádios do Maracanã lotados de terra. A primeirafase de obras deve se estender até o fim do primeiro semestrede 2009, gerando mais de 2 mil empregos diretos.

Opólo, segundo a Petrobras, modificará a estrutura da petroquímicabrasileira e reduzirá a dependência do setor externo por insumos básicos. Em sua primeira fase, serão produzidos apenas os itens de primeira geração (óleo diesel, eteno,propeno, benzeno, paraxileno e butadieno). Na segunda fase, entrarão osprodutos de segunda geração, como o polietileno,polipropileno, PET, PTA, etilenoglicol e estireno, em sua maioria produtosvoltados para a indústria do setor de plástico.

A primeira unidade a ser implantada no Comperj será a UnidadePetroquímica Básica (central petroquímica de primeira geração), cominvestimentos totais estimados em US$ 3,5 bilhões, destinados à produção dematérias-primas básicas (eteno, propeno, benzeno e paraxileno) e outrosderivados de petróleo.

Ela se destinará a compor o núcleopara o desenvolvimento de um grande parque industrial, reunindo uma central deutilidades e empresas de produtos de segunda geração como polietileno,estireno, polipropileno, paraxilenos e etileno-glicol. A partir de uma carga de 150 mil barris/dia de petróleo produzido pela estatal na Bacia de Campos, o Complexo Petroquímico deverá geraranualmente 1,3 milhão de toneladas de eteno, 900 mil toneladas depropeno, 360 mil toneladas de benzeno e 700 mil toneladas de para-xileno, alémde derivados de petróleo, principalmente coque.

As informações da Petrobrasindicam que o empreendimento também viabilizará a implantação,nas proximidades e em outras regiões, de empresas de terceira geração, queirão processar as matérias-primas da unidade básica para fabricação de produtosde consumo em larga escala, tais como utensílios e garrafas de plástico,tecidos sintéticos, tintas, embalagens, fibras, componentes para computadores,veículos, aviões e construção civil, entre outros.