Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou hoje (31) que a estatal não participará de um possível leilão do governo venezuelano para aumentar a participação no campo de Carabobo – que possui reservas certificadas de cerca de 4 bilhões de barris de petróleo na faixa do Rio Orinoco, na Venezuela.Admitiu, porém, que a estatal poderá participar com mais do que os 10% já definidos de participação no campo, de petróleo ultrapesado. Na semana passada, a Petrobras e a estatal venezuelana PDVSA distribuíram nota conjunta informando que a empresa brasileira prosseguirá os estudos sobre a opção de participação societária de até 10% no projeto de exploração e produção de petróleo em Carabobo. Os estudos, acrescenta o comunicado das empresas, prosseguirão “até a conclusão da licitação, anunciada pela PDVSA, dos 30% restantes de participação”, já que à estatal venezuelana caberão não menos do que 60%.Costa, no entanto, admitiu que a empresa ainda estuda a viabilidade do investimento e a perspectiva do retorno financeiro: "O que nós podemos fazer é reavaliar a participação no empreendimento, mas para isto precisamos conhecer melhor o projeto e a necessidade de investimentos para tornar o óleo de Carabobo menos pesado, de modo a podermos exportá-lo." Na avaliação dele, as informações já obtidas ainda são insuficientes para levar a estatal brasileira a correr os riscos que o empreendimento exige. "Não temos condições de assumir um risco maior do que a participação no projeto com os 10% atuais. Obviamente que essa posição pode mudar, mas no momento existem muitas cláusulas sobre as quais não detemos ainda informações suficientes, falta maior clareza", destacou.Em dois meses, acrescentou, a Petrobras poderá ter definidos o percentual de participação em Carabobo e os detalhes da parceria com a estatal venezuelana na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, um empreendimento de cerca de US$ 4 bilhões e destinado a processar cerca de 200 mil barris de petróleo pesado provenientes dos campos de Carabobo e de Marlim, no norte fluminense.A principio, a Petrobras ficará com 60% de participação na refinaria e a PDVSA, com os outros 40%. “No caso da refinaria, nós já avançamos do Memorando de Confiabilidade para o Contrato de Associação. Ainda há algumas pendências, mas os pontos de divergências são poucos e pequenos e em dois meses deveremos assinar o acordo. O mesmo prazo deverá servir para Carabobo, embora as negociações corram em paralelo e não dependam uma da outra”, afirmou.