Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ComissãoPastoral da Terra (CPT) divulgou hoje (31) nota de repúdio aoassassinato de um líder do Movimento dos Trabalhadores RuraisSem Terra (MST) no Paraná. “A CoordenaçãoNacional da CPT exige rápida investigação destecrime e a punição exemplar dos responsáveis pelomesmo. Não é admissível que em pleno séculoXXI os instrumentos da barbárie ainda sejam utilizados contraos pobres do campo e que os proprietários da terra criem emantenham milícias privadas para garantir propriedades que nãocumprem sua função social, como determina aconstituição nacional”, diz a nota Eli Dallemole, de 42anos de idade, vivia com a mulher e três filhos no assentamentoLibertação Camponesa, em Ortigueira. Ele liderava umacampamento na fazenda Compramil, próximo à BR 376,ocupada desde 2003 pelo MST. Segundo a CPT, porvolta de 19h30 de ontem (30) homens encapuzados invadiram a casa deDallemole e o executaram na presença dos familiares.A Pastoral relata aindaum ataque anterior de pistoleiros, em 8 de Marco, contra as 35famílias acampadas na área. “Queimaram todos osseus pertences. Crianças foram ameaçadas e arrastadas,e mulheres e homens espancados, ficando apenas com a roupa do corpo.As famílias expulsas foram acolhidas em assentamentosvizinhos”, afirma a nota. A prisão emflagrante de pelo menos sete pistoleiros que participaram do ataqueàs famílias foi, conforme a CPT, o que impulsionouameças de morte a Eli Dallemole. A atuaçãode milícias armadas na região já teria sidodenunciada por famílias sem terra à Secretaria Especialde Direitos Humanos do Governo Federal.