Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os 37 municípios brasileiros apontados em pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) por experiências bem-sucedidas na rede pública de ensino ainda têm muitos desafios e carências para superar. A diretora da Escola Municipal Professor Domingos de Jesus Monteiro Guimarães, Jane Machado, no município goiano de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, reconhece que falta muito para chegar ao ideal, mas ressalta: “Dificuldades todos temos, o que varia é a forma de encarar.” Formosa é uma das incluídas na pesquisa do Unicef, divulgada na semana passada.Para a secretária de Educação de Formosa, Argentina Martins da Silva, o principal obstáculo a ser vencido é zerar o índice de reprovação que, apesar de baixo, ainda existe. A evasão já foi quase controlada e, em algumas escolas, é inexistente. “Se o aluno tiver mais de três faltas seguidas, o professor vai à casa dele para saber o que está acontecendo.” Segundo a oficial de Projetos de Educação do Unicef, Maria Salete Silva, um dos principais problemas encontrados nas redes municipais analisadas pela pesquisa foi a baixa participação dos Conselhos Municipais de Educação e associações de pais e mestres no processo pedagógico. “A maioria das redes tem conselhos, mas não há uma articulação forte entre a atuação da rede e o conselho. É como se o conselho fosse visto de forma burocrática: ele existe, faz normas, fiscaliza, mas não faz parte do projeto de aprendizagem”, afirma Salete.A professora Maria de Fátima Guerra, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, ressalta que a participação dos conselhos, e mesmo dos pais e da comunidade, é necessária para fortalecer o vínculo escola-família: “Não existe uma criança que é da família e uma que é da escola. A educação é uma só, então precisa estar em sintonia em termos de valores e de projetos educativos.”