Hidratação também pode ser feita em casa por pessoas com dengue, sugere médico

30/03/2008 - 16h48

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O diretor do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Eraldo Bulhões, sugeriu hoje (30) a convocação – nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal) – de especialistas em nutrição para instruírem a população a fazer a hidratação em casa, a fim de ajudar a enfrentar a epidemia de dengue. Em entrevista à Agência Brasil, Bulhões destacou que "hidratar não é só beber água, são necessários os sais minerais e outros nutrientes encontrados também em frutas e refrescos". O médico explicou que, "se a pessoa estiver hidratada, ameniza o quadro", ao lembrar que a atual epidemia de dengue acomete principalmente crianças geradas na última crise da doença, a partir de 2001, e cujas mães contraíram o vírus do tipo 3. Por isso, nasceram com o anticorpo para esse tipo e não para o vírus do tipo 2, que circula na epidemia deste ano.

Eraldo Bulhões alertou que quem já teve um tipo de dengue e é acometido por outra infestação costuma apresentar reação de hipersensibilidade, com queda forte de pressão. Nestes casos, segundo ele, ocorre uma “falsa melhora”. Por isto, "não se pode dar alta na dengue após a febre por 72 horas." 

Segundo ele, a orientação dada por especialistas em relação à hidratação feita em casa é importante porque algumas crianças sofrem de hipertensão, e não só os adultos. O sódio e o potássio, lembrou, são os elementos fundamentais na preparação do soro caseiro.

Para o médico, aliada às medidas de combate ao Aedes aegipty, mosquito transmissor da dengue, e de atendimento aos doentes, a hidratação adequada pode acabar com o que chamou de “síndrome da rodoviária, porque ninguém agüenta mais ver os pacientes aguardando seis, sete horas, sem ter atendimento". A medida, acrescentou, aliviaria a "corrida aos hospitais e tendas já montadas", já que a dengue "mata em dez dias, e não se pode perder tempo".O diretor do sindicato informou ainda que a experiência foi realizada com êxito em Mato Grosso do Sul, onde "apenas duas pessoas morreram entre os 100 mil casos de dengue constatados".