Metalúrgica contesta relatório de ONG sobre contaminação de águas

30/03/2008 - 9h05

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apontadacomo uma das dez empresas mais poluidoras das águas no Brasil,a Fundição Tupy contestou os dados apresentados pelaorganização não-governamental (ONG) Defensoriada Água, ligada à Conferência Nacional dos Bisposdo Brasil (CNBB) no relatório OEstado Real das Águas no Brasil.

“Orelatório não merece credibilidade. O Morelli [LeonardoMorelli, editor do relatório e secretário-geral da ONG]jamais entrou em contato com a empresa para conhecer nossas açõesde gestão de meio ambiente, que são rígidas”,argumentou Eder Mesquita, gerente de engenharia de qualidade e meioambiente da Tupy.

Odocumento classificou as empresas de acordo com prejuízosprovocados aos recursos hídricos por ações ouomissões em relação a vazamentos ou depósitosirregulares de resíduos. E colocou a Tupy entre as que mais poluem, por “contaminação das águas em diversasunidades industriais nas margens da Baía da Babitonga (SC),pela falta de controle na geração, tratamento edestinação final de resíduos”.

Mesquita rebateu: “A Tupynunca agregou nenhum componente que viesse à piorar aqualidade da água da baía.” E informou  que desde 2006 a empresa tem três estaçõesde tratamento de efluentes, que processam resíduos industriaise sanitários.

Em relação a outra acusação feita àFundição Tupy no relatório – a de “incentivo aotráfico interestadual de resíduos sólidos parareutilização de material tóxico (areia defundição) na pavimentação de ruas” –, ele afirmou que o uso de areia de fundição em asfaltamento, segundo Mesquita, é “comum no mundo inteiro”.

Já sobre a transferência do resíduo para a cidade mineira deExtrema, afirmou que foi conseqüência de uma parceria entre ametalúrgica e órgãos ambientais do estado, para“estudos experimentais” da utilização da areia defundição em asfalto. “O trecho foi todo mapeado econtrolado e os estudos só demonstraram resultados positivos”,apontou.        A empresainformou que entrou com um pedido formal de resposta à ONGsobre as acusações.