Brasil deve manter crescimento do PIB em torno de 5% até 2010, diz Mantega

27/03/2008 - 21h06

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Até 2010, o Brasil deve manter o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 5% a 5,5% ao ano, afirmou hoje (27) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após reunião com dirigentes da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).Para Mantega, a indústria automobilística deve continuar "puxando" o crescimento da economia. Ele informou que para isso o governo manterá garantias como a robustez fiscal, a baixa vulnerabilidade no mercado internacional, o estímulo ao aumento do crédito e a elevação da massa salarial.O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, disse ao ministro que a indústria automobilística está preparada para enfrentar o desafio do aumento da demanda e que a previsão de investimentos neste ano é de chegar a US$ 5 bilhões. Até 2010, incluído o setor de autopeças, a previsão é de até US$ 20 bilhões em investimentos.“Fiquei muito satisfeito com esses dados. Não são intenções, são investimentos que já estão ocorrendo. A capacidade instalada já está sendo ampliada e, portanto, poderemos atender à demanda", afirmou Mantega.Segundo Schneider, a preocupação do setor é com relação às exportações: “Talvez seja o maior desafio que nós temos. Estamos perdendo competitividade, caímos em unidades de 2005 para 2006, continuamos caindo em 2007 e a previsão é cair mais em 2008.” O ministro disse que o governo adotou algumas medidas para tentar fortalecer as exportações, como a retirada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a permissão de que todo recurso auferido com a venda fique no exterior. Mas, segundo Mantega, os efeitos dessas medidas só serão realmente sentidos em longo prazo. “Acredito que essas medidas já surtiram algum efeito. Não sabemos ainda porque o efeito tem que ser visto no longo prazo, mas desde que tomamos as medidas o real se desvalorizou e o dólar se valorizou alguns pontos”, afirmou Mantega.Em entrevista, Mantega disse ter conversado com Schneider sobre a sua preocupação com os créditos de longo prazo. "Foi-me colocado que esse tipo de crédito, de 90 meses, é apenas um crédito residual. A grande maioria do crédito é em torno de 40 meses. E o crédito no Brasil é concedido de forma bastante sólida, mais sólida do que em outros países. Então os bancos são menos alavancados aqui do que lá fora”, afirmou.Para o presidente da Anfavea, o setor nunca temeu as notícias segundo as quais o governo adotaria medidas para limitar o crédito. “Estamos absolutamente tranqüilos em relação a isso, porque a notícia que recebemos é de que as regras que aí estão continuam as mesmas. O importante para nós é a estabilidade na regra”, acrescentou.