Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado AsdrubalBentes (PMDB-PA), autor do projeto que legaliza terras na Amazônia,não acredita que tenha havido tentativa de afronta do governo aoLegislativo com a edição de uma medida provisória"idêntica" à sua proposta. "Creio que nãohouve intenção do governo de cometer um plágioou de fazer afronta ao Poder Legislativo, no momentoem que se discute as novas regras para a edição demedidas provisórias", disse.Na avaliaçãodo deputado, o governo, ao editar a medida provisória, quisagilizar a regularização fundiária da região,já que a MP entra em vigor de imediato, enquanto o projetoprecisaria ser aprovado pela Câmarae pelo Senado. "Com a aprovaçãodo projeto ou com a MP, os trabalhadores e produtores rurais vãoser os grandes beneficiários”,disse. No inicio da noite, opresidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, voltou a falar sobre aedição da medida provisória. Segundo ele, a MPcausou problemas, principalmente com a oposição."Nesse aspecto ogoverno não estava suficientemente informado do que iriaacontecer aqui. Foi uma reação muito dura",afirmou. "Evidentemente, oplágio do projeto colocou os funcionários ou o órgãoque preparou a MP sob cheque. Eles é que terão queresponder por que levaram ao presidente Luiz Inácio Lula daSilva a assinar uma MP. Seguramente, não tem como o presidentesaber que projetos existiriam na Casa. Eu tambémnão sabia do projeto", disse.De acordo comChinaglia, o modelo de acompanhamento das matérias quetramitam no Congresso falhou. "Não tenhonenhuma dúvida [da falha]. Como é que levarampara o presidente uma proposta de MP que é a cópia deum projeto. Evidentemente que ninguém assinaria se soubesseessa circunstância. Não é fácil, mas omodelo de acompanhamento falhou e trouxe mais um elemento deconfronto político aqui para a Câmara. Eu imagino que opresidente vai cobrar de quem levou a MP para ele assinar", disseChinaglia.