Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em reuniãocom empresários norte-americanos realizada hoje (27) no Ministério da Agricultura, o ministroReinhold Stephanes afirmou ao vice-presidente de negócios doConselho Brasil-Estados Unidos, Mark Smith, que não acredita no sucesso da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).“Nãoacredito porque não vejo os americanosdispostos a abrir mão dos subsídios agrícolas – enem os europeus. Esse é um assunto do Ministério dasRelações Exteriores, mas a opinião do ministroda Agricultura é essa”, afirmou.O ministro falou logo no início da reunião,quando Smith quis saber qual é a posição do Ministérioda Agricultura sobre o assunto e Stephanes avisou que responderia deforma clara e objetiva. As negociações na Rodada visam à redução das barreiras comerciais para os países em desenvolvimento. Iniciadasem novembro de 2001, em Doha, no Qatar, as negociações são realizadas entre países desenvolvidos e os do G20, o grupo dos maiores países em desenvolvimento. E as principais controvérsias referem-se aos subsídios agrícolas. Ao comentar a opinião do ministro, Mark Smith disse que a Câmara de Comércio dos Estados Unidos está comprometida com a Rodada Doha e seus componentes também estão frustrados com as negociações. “Éclaro que estamos em uma época muito difícil, mas sempre achamos que o tempo vai mudar, a oportunidade vaisaltar e poderemos aproveitar. Talvez não neste ano, mas vamoscontinuar a luta”, afirmou. Ele acrescentou que as negociações, além de fundamentais para o comérciointernacional, são de interesse tanto das empresas brasileirasquanto das americanas. Já Stephanes disse que os subsídios europeus e americanos, assim como as barreiras à entrada de produtos agrícolas de outros países, dificultam o sucesso das negociações: “Nãoacredito muito que esses países estejam dispostos a abrir mãode seus subsídios e de suas barreiras, o que evidentementedificulta qualquer acordo.”Durante a reunião, que durou menos de uma hora, o biocombustível também foi discutido, com destaque para as boas relações comerciais e de pesquisa entre Brasil e Estados Unidos. O ministro afirmou que nos próximos sete anos o país deverá dobrar sua produção de etanol e que esse aumento não trará como conseqüência a redução da área de florestas, já que cerca de 80% das novas plantações ocuparão as atuais áreas de pastagem.