Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A reunião entreos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e do Planejamento, PauloBernardo, para definir o reajuste salarial a ser concedido aosmilitares das Forças Armadas terminou sem o anúncio deum percentual. O encontro foiencerrado por volta das 19h. Os ministros conversaram por cerca deuma hora e meia e deixaram o Ministério do Planejamento semfalar com a imprensa. A assessoria doMinistério da Defesa informou apenas que os técnicosdos dois ministérios continuarão conversando eestudando o índice de aumento. Na últimaterça-feira (25), Jobim comentou que se encontraria com PauloBernardo “para iniciarmos o processo decisório”, assim queretornasse de sua viagem a Recife, o que ocorreu ontem (26). E hoje(27) de manhã Paulo Bernardo informou que o reajuste salarialde várias carreiras de servidores federais seriam feitos pormeio de projeto de lei, e que a proposta final deveria ser entregue àPresidência da República até amanhã (28),para que o presidente assinasse na próxima segunda-feira (31).As duas declaraçõesgeraram a expectativa entre os militares de uma definiçãoainda hoje.A presidente da UniãoNacional das Esposas de Militares das Forças Armadas (Unemfa),Ivone Luzardo, comentou que a categoria espera receber, no mínimo,34% de reajuste. Segundo ela, esse foi o índice anunciado peloministério, no início da negociação, em2007, quando o ministro ainda era Waldir Pires. Assessores do Ministério da Defesa não comentamnúmeros, afirmando desconhecer o percentual discutido pelostécnicos ministeriais. Em janeiro, oministério já havia divulgado uma nota na qual afirmavaque Jobim nunca prometeu um índice específico dereajuste salarial. Em outubro de 2007, no entanto, ao participar deuma audiência pública na Câmara dos Deputados, oministro falou sobre a possibilidade de um aumento de até37,4% no adicional dos militares, parcelado em duas vezes. Independente dopercentual do aumento, Ivone Luzardo disse que as esposas dosmilitares planejam novas manifestações contra o queclassifica como “descaso” com a categoria. Segundo ela, no próximodia 30, um grupo pretende realizar uma caminhada de protesto pelapraia de Copacabana, no Rio de Janeiro. “Não dependemosapenas do reajuste. Há outras questões pendentes”,disse.