Rafael Correa diz que Farc são problema da Colômbia, não do Equador

16/03/2008 - 17h52

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma semana após darpor encerrada a crise política com o governo colombiano, o presidente do Equador,Rafael Correa, reacendeu a polêmica afirmando que as ForçasArmadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) nãosão um problema do seu país. A declaraçãofoi feita ontem (15) por Correa em seu programa semanal de rádio.Os dois países ainda nãorestabeleceram relações diplomáticas. Na últimasemana, depois que Correa e o presidente da Colômbia, ÁlvaroUribe, apertaram as mãos na 20ª Cúpula do Grupo doRio, na República Dominicana (7), havia a expectativa de queisso pudesse ocorrer amanhã (17), na reunião doConselho de Chanceleres da Organização dos EstadosAmericanos (OEA), em Washington.No programa de rádio, veiculado em redenacional, Rafael Correa frisou que o Equador é um dos paísesmais exitosos na erradicação do cultivo de drogas edeixou claro que seu governo não vai “se prestar” aochamado Plano Colômbia – iniciativa idealizada pelos EstadosUnidos no ano 2000 para combater o narcotráfico. “Com que desfaçatez esta gente quer nosdar lição de moral e de bons costumes e dizerpobrezinho do Uribe [Álvaro Uribe, presidente da Colômbia],está lutando contra as Farc e o Equador não ajuda”,indagou Rafael Correa. “Por que temos que ajudá-lo se éseu problema? O que vamos fazer é resguardar nossa fronteirapara saber responder imediatamente em qualquer nova incursão,mas não vamos nos envolver num conflito que não énosso”, disse Rafael Correa, segundo informações daPresidência do Equador.Ao mesmo tempo, na cidade de Cauca, na Colômbia,Álvaro Uribe pedia o apoio da comunidade internacional,especialmente dos sul-americanos, no combate aos grupos violentoscolombianos. “Daqui para frente o que queremos? Compreensãodo mundo, especialmente dos povos vizinhos, irmãos, e de seusgovernos, sobre a necessidade da Colômbia não ter gruposviolentos. E temos que pedir ajuda aos povos e aos governos paraisso”, afirmou em reunião do Conselho de Governo de Cauca.A atuação conjunta na proteçãodas fronteiras será uma das recomendações dacomissão de investigação da OEA, que apurou ascircunstâncias do ataque militar colombiano a acampamento dasFarc em território do Equador, ocorrido no dia 1º demarço. O relatório das investigações seráapresentado amanhã (17) ao Conselho de Chanceleres da OEA.