Controle de fronteira cabe à Colômbia e ao Equador, conclui missão da OEA

16/03/2008 - 18h50

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O trabalho conjunto de Equador e Colômbia nocontrole da fronteira deverá ser uma das recomendaçõesda comissão da Organização dos EstadosAmericanos (OEA), que investigou o ataque militar colombiano aacampamento das Forças Armadas Revolucionárias daColômbia (Farc), em solo equatoriano no dia 1º de março.O relatório da apuração será apresentadoamanhã (17) ao Conselho de Chanceleres da OEA, em Washington. “A coisa mais importante é a necessidadedessa parceria e para que essa parceria tem que haver orestabelecimento da confiança entre eles”, avalia oembaixador do Brasil na OEA, Osmar Chohfi. Ele integrou a comissãode investigação que esteve no Equador e na Colômbiade 9 a 12 deste mês apurando as circunstâncias daoperação colombiana. “Se você tem umaproblemática que é comum, e a problemática láé comum, é preciso ter canais de diálogo”,afirmou Chofi em entrevista exclusiva à Agência Brasil. A missão - coordenada pelo secretário-geralda OEA, José Miguel Insulza, e integrada por embaixadores doBrasil, Peru, Argentina e Panamá - conversou com presidentes,ministros e autoridades militares do Equador e da Colômbia eouviu a versão dos dois governos sobre os fatos de 1º demarço. Os diplomatas também visitaram a fronteira entreos dois países e o acampamento atacado. Na última quarta-feira (12), ao final damissão, Insulza frisou a necessidade de se ampliar acooperação entre Equador e Colômbia. “Existemelementos de cooperação, sem dúvida. Mas hádemanda de uma cooperação muito maior. É umarealidade. E, para tanto, creio que nosso informe, mais que apontaras dificuldades, vamos destacar as coisas que se pode fazer para queestes fatos não sigam ocorrendo”, afirmou na ocasiãoo secretário-geral da OEA, em entrevista coletiva concedida àimprensa na chancelaria colombiana, em Bogotá De acordo com o embaixador brasileiro, a comissãofoi “amplamente informada” pelos dois governos. Na fronteira, amissão da OEA encontrou resquícios das instalaçõesguerrilheiras bombardeadas pelo exército colombiano. “Éum acampamento bastante precário, mas com áreasespecíficas para cozinha, uma pequena represa onde tomavambanho, uma área onde faziam reuniões, área paracomer e dormir. Têm inclusive pequenos geradores portáteis”,relatou. Chohfi contou que, do lado equatoriano dafronteira, a missão constatou que a selva é fechada eencontrou pequenos cultivos de agricultura familiar. Do ladocolombiano, no entanto, os embaixadores encontraram clareiras, áreasde agricultura familiar e plantações de coca.Tudo o que foi visto e apurado constará norelatório que será apresentado amanhã aoschanceleres. O documento também trará as normas dedireito internacional relacionadas ao incidente e recomendações.“Sem ignorar o que ficou para trás, a gente tem que serconstrutivo agora”, ponderou o embaixador do Brasil na OEA.