Pequena presença de negros na universidade é fruto de preconceito, defende Benedita da Silva

14/03/2008 - 0h26

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A secretária deassistência social e direitos humanos do Rio de Janeiro e paraninfa da primeira turma de formandos daUniversidade da Cidadania Zumbi dos Palmares (Unipalmares),Benedita da Silva, afirmouque a instituição é a prova de que a pequenapresença de afrodescendentes no ensino superior écausada pelo preconceito.“A Unipalmares éa prova cabal de que a pequena presença de negros nauniversidade é fruto de preconceito”, disse durantesolenidade de conclusão de curso no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.Benedita afirmou que a formatura de hoje (13) é um fato novo e excepcional. Segundo ela,somente 2% dos universitários brasileiros são negros.O também paraninfo da turma e ex-governador de SãoPaulo, Geraldo Alckmin, classificou aconstrução de uma universidade como a Unipalmares como “um farol para o mundo”. Segundo ele, auniversidade é uma “síntese da justiça”.Alckmim e Beneditadiscursaram na cerimônia de formatura realizada em São Paulo. Além doex-governador estão presentes na cerimônia o presidente Luiz InácioLula da Silva; o ministro da Educação, Fernando Haddad;os ministros da Igualdade Racial, Edson Santos; dasCidades, Márcio Fortes; do Esporte, Orlando Silva; doDesenvolvimento, Miguel Jorge; da Previdência, LuizMarinho; o ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza;o senador José Sarney (PMDB-AP); o atual governador de São Paulo,José Serra e o prefeito, Gilberto Kassab.Formam-se hoje 126estudantes de Administração, 87% deles afrodescendentes auto-declarados,segundo o reitor da universidade, José Vicente. Ainda segundoele, os alunos entrarão para a história como membros da turma com maior númerosde negros já graduada em uma faculdade da AméricaLatina.Artistas erepresentantes da comunidade negra já discursaram e seapresentaram no ginásio do Ibirapuera. Várias dançase apresentações ligadas à cultura negra tambémfizeram parte da programação.