Mãe de menino espancado por babá pede Delegacia Legal também para crianças no Rio

07/02/2008 - 18h13

Thatiana Amaral
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A missa de um ano damorte do menino João Hélio Fernandes Vieites, celebradahoje (7), na Igreja da Candelária, lembrou mais dez pessoasque morreram tragicamente na cidade, nos últimos anos. Umadelas foi o garoto Pedro Fabri, de oito anos, que morreu em marçode 2006, depois ser espancado pela babá. A mãede Pedro, Cristina Fabri, reivindicou a conversão da Delegaciade Proteção a Crianças e Adolescentes Vítimasde Violência (Decav) em uma Delegacia Legal (totalmente informatizada e com atendimento mais humanizado), para assimagilizar o atendimento de crianças vítimas deviolência.”Essa Decav tem que se transformar em uma Delegacia Legal. Não é possível que de noitevocê precise de uma delegacia e não existe uma Delegaciada Criança. A Delegacia da Mulher existe. E a da Criança?Qual é o direito da criança?”, perguntou Cristina,que participou da cerimônia. Segundo Cristina Fabri, o processo sobre amorte de Pedro ainda está em andamento. Cerca de 200pessoas compareceram à missa em memória de JoãoHélio, entre elas, o secretário de Segurança doestado do Rio, José Mariano Beltrame. Os pais do menino nãoassistiram à missa, pois, de acordo com uma amiga da família,Patrícia Bruno, ainda estão muito abalados. JoãoHélio morreu em 7 de fevereiro do ano passado, em umatentativa de assalto no bairro de Oswaldo Cruz. Ele ficou preso nocinto de segurança do carro e foi arrastado por setequilômetros, passando por quatro bairros. A mãe e a irmãde João Hélio conseguiram escapar. PatríciaBruno disse que, embora a condenação dos quatroassaltantes tenha sido rápida, a luta contra a violênciacontinua: "A gente vê a segurança no Rio e, pelomenos o que dá, é a sensação de que [aluta contra a violência] ainda não acabou, quesempre vai continuar e que a segurança ainda é muitoprecária. Mas a nossa parte estamos fazendo”, afirmou.O secretário José Mariano Beltramedestacou que o exemplo das mães de vítimas da violênciaserve de inspiração para o trabalho das instituiçõesligadas à segurança. ”A violência atingepoliciais e atinge civis, e é contra tudo isso que a genteluta. É no exemplo dessas mães lutadoras que nós,da Secretaria e de outras instituições, nos inspiramospara continuar lutando”, disse ele.Após a missa, o grupo Anjos pela Paz,formado por amigos e parentes de vítimas da violênciaurbana, entregou flores aos motoristas que passavam perto da Igrejada Candelária.