Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O setor industrial fechou o ano de 2007 com financiamentos de R$ 26,4 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – o equivalente a 40% do volume total liberado no exercício. Para a indústria também foram aprovados no ano passado R$ 38,2 bilhões.
O presidente da instituição, Luciano Coutinho, destacou o "crescimento de 43% nas aprovações e de 39% no desembolso, em relação a 2006", excluindo do resultado os financiamentos para exportação (BNDES Exim), principalmente de veículos. As liberações no âmbito da agência especial de financiamento à indústria da instituição, a Finame, para a compra de máquinas e equipamentos, totalizaram no ano passado R$ 20,5 bilhões. Isso mostra, segundo Coutinho, que “há um ciclo de crescimento do investimento em capital fixo na indústria – e isso é fundamental para assegurar estabilidade de preços no longo prazo”. Coutinho citou a indústria automobilística, cujos investimentos foram acelerados nos últimos meses, para demonstrar que os desembolsos em 2007 traduzem uma qualidade melhor do que em anos anteriores, “porque refletem muito mais formação de capital fixo”. Os projetos e programas das montadoras foram revisados para cima: “Elas têm projetos muito robustos de aumento da capacidade nos próximos anos. E nós teremos que apoiar esse ciclo de aumento de capacidade industrial."
O diretor da Área de Infra-Estrutura e Insumos Básicos, Wagner Bittencourt, informou que em 2007 houve aumento de 30% nos desembolsos para as áreas de mineração, metalurgia, siderurgia, química e petroquímica, e papel e celulose: “Para os próximos anos, o que se vê é a continuidade desses investimentos na indústria voltada para consumo interno e também para exportação, porque esses segmentos são muito competitivos.” E informou que o BNDES tem programados investimentos de R$ 133 bilhões para os próximos três anos, com participação de 50% em financiamentos. Luciano Coutinho completou afirmando que “aí não pode faltar oferta, porque pressão de preço em insumo básico a gente tem que prevenir”. E destacou ainda a área de bens de capital, com aceleração de investimentos: "É altamente saudável importar máquinas e equipamentos, mas é altamente saudável também que o Brasil aproveite esse ciclo para revitalizar o setor com competitividade."