Voto direto para o legislativo em Cuba teve início na época da perestroika

20/01/2008 - 10h52

Agência Telam

Buenos Aires (Argentina) - Na época da queda da União Soviética, houve em Cuba umareforma da lei eleitoral. Membros das assembléias (legislaturas) provinciais e da Nacional passaram a ser eleitos porsufrágio universal e secreto. As eleições se realizavamcom base numa lista que tinha 50% de candidatos sugeridos pelasassembléias municipais e a outra metade, por entidades vinculadas aoPartido Comunista.Até então, oscandidatos a deputado eram escolhidos pelos conselheiros municipais e estes sim eram eleitos de maneira direta peloscidadãos, o que acontece até hoje.Nas eleições seguintes, em 1993, Fidel Castro criou a "candidatura fechada" (mesmo número de candidatos e vagas a ocupar) e o "voto unido" (fórmula quepermite, na cédula, votar em bloco por todos os candidatos) parademonstrar a "unidade" do povo cubano em momentos de profunda criseeconômica e política.Nesta semana, o presidente doparlamento cubano, Ricardo Alarcón, considerou que as "ameaças"provenientes dos Estados Unidos contra Cuba são atualmente muito graves,pondo em risco não só a unidade como a "continuidade" do sistema. Fidel Castro convocou novamente os eleitores a votar em bloco.Hoje, os maiores de 16 anos que assim o quiserem (o voto é facultativo) devem eleger também os 1.201 novosmembros das assembléias provinciais e haverá segundo turno onde nenhum candidato obtiver metade mais um dos votos. Funcionarão na ilha cerca de 38 mil centros de votação (escolas, terminais de ônibus e hospitais).Embora Fideltenha garantido há três semanas que não pretende "se aferrar" ao poder, ele nãorevelou seus planos políticos, ou seja, se vai buscar um novo mandato, impulsionar a continuidade de seu irmão Raúl ou deixar caminho aberto para "os maisjovens", como sinalizou em dezembro em um de seus textos. Entretanto, publicou artigo nesta semana em que admite nãoter "força física" para falar.