Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do BancoCentral realiza, nos próximos dias 22 e 23, a primeira reunião do anopara avaliação da conjuntura econômica, interna e externa, e para definir osrumos da taxa básica de juros, também chamada de taxa Selic porqueremunera os títulos depositados no Sistema Especial de Liquidação e deCustódia.A taxa Selic em vigor, de 11,25% ao ano, émantida há um semestre, e os analistas de mercado ouvidos na últimapesquisa do BC (dia 11 deste mês) estimam que o Copom não vai mexer noíndice. Mas, em virtude da turbulência financeira no mercadonorte-americano, no decorrer desta semana, começam a aparecerdefensores de ligeira elevação dos juros.É o caso, por exemplo, do economista Istvan Kasznar,conselheiro da Associação Nacional das Instituições de Crédito,Financiamento e Investimento (Acrefi), que advoga uma possível elevaçãode 0,25 ponto percentual, que seria, segundo ele, "um pequeno apertomonetário para cortar, na raiz, o indesejável repique da inflação".O dirigente da Acrefi acha que se não houver mudançana taxa o Copom deveria pelo menos adotar a opção por "viés de alta",que permite elevação da taxa Selic no intervalo entre reuniões docolegiado do BC. Seria uma sinalização, segundo ele, de que aautoridade monetária está atenta, de modo a evitar que pressõesinflacionárias internas, associadas à crise norte-americana, "tornem omomento econômico mais delicado do que já está".A reunião do colegiado de diretores do BC é realizadaem duas sessões. O primeiro dia(terça-feira) é destinado a apresentações técnicas de conjuntura porchefes de departamentos, enquanto que a segunda sessão, naquarta-feira, é reservada exclusivamente aos diretores, que decidemsobre as diretrizes da política monetária.O final da segunda sessão é o momento mais aguardado pelo mercado financeiro,pois só então o BC anuncia a taxa de juros a ser aplicada à economiajá no dia seguinte.