Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Quem estiver imunizado contra a febre amarela há menos de dez anos não precisa procurar os postos de saúde para se vacinar. A orientação é da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria, Joaquim Carlos Barros, muitas pessoas que sabem estar vacinadas há menos de dez anos procuram os postos para receberem nova dose.Segundo Barros, há casos de pessoas que rasgam o cartão de vacinação para garantirem que poderão tomar a vacina novamente. De acordo com as autoridades locais de saúde, a dupla vacinação é a responsável por ter provocado a escassez de doses no DF ao longo desta semana.Antes de começar a vacinação em massa, a Secretaria de Saúde do DF registrava mais de 90% da população com imunização em dia e esperava vacinar cerca de 240 mil pessoas. No entanto, desde 29 de dezembro, mais de 600 mil pessoas já foram aos postos de saúde no Distrito Federal.O professor de Epidemiologia da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Tauil, explica que tomar a vacina duas vezes em um curto período de tempo, principalmente em poucos dias, aumenta o risco de reações adversas como febre, dores musculares e alterações hepáticas.“Não tenho dados suficientes para dizer se os efeitos colaterais serão sentidos no mesmo dia ou no dia seguinte, mas vacinações com muita proximidade podem ser problemáticas”, ressalta. Segundo Tauil, as pessoas não devem agir de má-fé e só devem se vacinar se realmente estiverem em dúvida se foram imunizadas há mais de dez anos.O professor garante que a vacina é totalmente segura dentro desse período e diz que a dupla vacinação não provocará uma imunização maior.Ontem (10), o Ministério da Saúde confirmou que Graco Abubakir, que morreu em Brasília na terça (8) estava mesmo com febre amarela. Segundo o ministério e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a hipótese mais provável é que Abubakir tenha contraído a doença durante viagem de fim de ano a Pirenópolis (GO).Hoje (11), a Secretaria de Saúde do Paraná também confirmou que uma mulher está internada em Maringá com suspeita de febre amarela. Segundo o governo paranaense, o caso foi notificado ao ministério, que aguarda o resultado de exames sorológicos para definir a causa dos sintomas, que também são parecidos com os de dengue e leptospirose.