Líder do PT no Senado afirma que escolha de Lobão não era preferência de Lula e Dilma

11/01/2008 - 18h53

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A líder do PT e do bloco governista no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse hoje (11) que a escolha pelo PMDB do nome do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para o Ministério de Minas e Energia não representou a preferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Segundo ela, os dois tinham preferência pelo retorno do ex-ministro Silas Rondeau ao cargo.“O presidente Lula indicou inúmeras vezes o desejo de que o Silas [Rondeau] retornasse ao Ministério de Minas e Energia”, disse a senadora. “A partir do momento em que se configurou essa impossibilidade, não causa surpresa a indicação do senador Lobão, cujo nome já vinha sendo costurado pelo PMDB.”Segundo Ideli, a indicação do senador maranhense “não foi do agrado” de Dilma Rousseff. “Nem Dilma nem o presidente escondiam suas predileções pelo retorno de Silas Rondeau”, destacou.A líder do bloco governista ressaltou, no entanto, que a indicação faz parte do governo de coalizão do presidente Lula e que o Ministério de Minas e Energia sempre foi da cota peemedebista. “Se pudéssemos ter alguém com as características do Silas, cumprindo características técnicas e políticas, seria melhor, mas a indicação é do PMDB”, avaliou. Ideli, no entanto, descartou o risco de loteamento pelo PMDB de diretorias de empresas do setor de energia, como Petrobras e Furnas.Já o senador Delcídio Amaral (PT-MS), membro da Comissão de Infra-Estrutura e ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras, o maior desafio que Lobão encontrará pela frente “é tomar atitudes” para evitar uma eventual crise no setor energético. “O momento não é de assustar, mas a situação pode se complicar caso não sejam tomadas as providências necessárias”, advertiu.Para o líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), o senador peemedebista “tem um histórico” de gestão. No entanto, ele terá de se cercar de assessores capacitados, tanto técnica como politicamente, para evitar o risco desabastecimento de energia.O líder do PDT no Senado, Jefferson Péres (AM), alegou que o loteamento político de áreas técnicas do governo compromete a gestão do setor elétrico. “Mesmo sem risco de um apagão, o comando do setor energético tem de ser entregue a uma pessoa com perfil técnico”, avaliou. Ele dá como certo “o loteamento” nas diretorias das estatais vinculadas a pasta.O critério de indicação de Edison Lobão também foi criticado pelo vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR). “Não faço ressalvas ao nome, mas à prática. Especialmente no momento em que se fala de apagão no setor. Usar o ministério para barganha política é uma irresponsabilidade”, afirmou o tucano.O líder do Democratas, José Agripino Maia (RN), preferiu não entrar no mérito da escolha do ex-colega de partido para o Ministério de Minas e Energia. “Essa é uma questão do PMDB. À oposição não cabe opinar”, desconversou.