Reajuste dos alimentos aumenta peso da inflação para os mais pobres, revela IBGE

11/01/2008 - 15h34

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O reajuste dos alimentos fez a inflação de 2007 ter maior impacto sobre as famílias mais pobres, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto o Ìndice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano passado, que abrange famílias com rendimentos de até 40 salários mínimos, registrou alta de preços de 4,46%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referente às famílias que ganham entre um e seis salários mínimos, fechou 2007 em 5,16%. A coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes, explicou que como os alimentos foram os produtos que mais puxaram a inflação, o peso acabou sendo sentido com mais intensidade pelas famílias que ganham até seis salários. "Para essas pessoas, que têm renda mais baixa, os alimentos pesam muito mais no bolso do que para as famílias que ganham mais. Elas foram as mais prejudicadas com a alta dos alimentos", explicou.Em dezembro, o INPC ficou em 0,97%, resultado superior ao de novembro (0,43%). No fechado de 2007, os alimentos tiveram índice de 11,91%, enquanto os produtos não alimentícios aumentaram 2,63%. Em 2006, o INPC havia sido de 2,81%, com alta de 0,94% nos alimentos e 3,59% para os produtos não-alimentícios.Dos índices regionais, o maior foi verificado em Belém (8,17%); seguido por Salvador (7,14%), Belo Horizonte (7,07%), Recife (5,28%), Goiânia (5,27%), Brasília (4,87%), Fortaleza (4,64%), Porto Alegre (4,31%), São Paulo (3,95%), Rio de Janeiro (3,91%). Curitiba obteve o menor índice (3,75%).