Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, disse hoje (13) esperar que os programas nuclear e de reaparelhamento e o orçamento da força não sejam afetados com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)."As Forças Armadas são do Brasil. Se, por acaso, a decisão do governo for priorizar outras áreas, as Forças Armadas reconhecerão as prioridades governamentais. Temos esperança de que as Forças Armadas sejam incluídas entre as prioridades do governo", afirmou o almirante, depois de participar de cerimônia comemorativa do Dia do Marinheiro e do Bicentenário do Almirante Tamandaré, patrono da Marinha.Com a rejeição da proposta de prorrogação da CPMF no Senado, o orçamento do governo federal perderá receita estimada em quase R$ 40 bilhões em 2008. "Vamos aguardar como o governo vai enfrentar isso", completou o comandante da Marinha.Em mensagem lida pelo cerimonial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu R$ 130 milhões anuais para a conclusão do programa nuclear da Marinha, valor que já havia sido anunciado. "Estou certo de que o Brasil deve produzir industrialmente o combustível nuclear - uma vez que a tecnologia do ciclo de enriquecimento do urânio já foi dominada pela Marinha -, bem como construir um reator nacional. Por esse motivo decidi, em visita ao Centro Experimental de Aramar [em Iperó, São Paulo] em julho deste ano, assegurar a alocação de um montante anual da ordem de R$ 130 milhões, necessários à sua conclusão", diz a mensagem do presidente Lula.O presidente não participou da comemoração, pois está em Caracas, na Venezuela, para encontro empresarial. O presidente em exercício, José Alencar, esteve no evento e também comentou o fim da CPMF. Para ele, o governo não sofreu uma derrota no Senado e terá, agora, de se ajustar à realidade de não ter mais a arrecadação do imposto do cheque a partir de 1º de janeiro. Na comemoração, parlamentares foram agraciados com a Medalha do Mérito Tamandaré, entre eles, os senadores Paulo Duque (PMDB-RJ) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA).