Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê dePolítica Monetária (Copom) considera que a atuaçãocautelosa tem sido fundamental para manter a inflaçãodentro da trajetória de metas. De acordo com ata da últimareunião do comitê, divulgada hoje (13), as decisões da políticamonetária terão efeitos no próximo ano. A trajetória deredução da taxa básica de juros, a Selic, começou emsetembro de 2005 (quando estava em 19,50% ao ano) e foi interrompidanas duas últimas reuniões do comitê,quando ficou em 11,25% ao ano. “Parte importante dos efeitos doscortes de juros ainda não se refletiu no nível deatividade, e tampouco os efeitos da atividade sobre a inflaçãotiveram tempo de se materializar por completo”, conclui o Copom.Para o comitê, a manutenção das taxas de inflaçãojunto com a trajetória de metas e a consolidaçãoda estabilidade econômica reduzirão progressivamente apercepção de “risco macroeconômico que vemocorrendo nos últimos anos”. Com esse cenário, prevêo Copom, o espaço para que se observem “juros reais menoresno futuro continuará se consolidando”.Além das perspectivas de inflaçãoe do cenário macroeconômico doméstico, o Copom também considera o cenário externo. Segundo a ata da reunião, “permanece um quadro de elevada incerteza”, devido principalmenteaos efeitos da crise do setor imobiliário dos Estados Unidossobre a economia global. Os diretores do BC que participam do colegiado ressaltam aindaque a economia brasileira não “parece, até o momento,ter sido impactada de forma relevante pela turbulência recente,e deverá continuar em sua trajetória de crescimento”.O Copom manteve aprojeção de que não haverá reajuste nospreços da gasolina e do gás de bujão para 2007,apesar da alta dos preços do petróleo no mercadointernacional. Segundo a ata da reunião, a elevação dos preços pode afetar aeconomia doméstica, por meio de cadeias produtivas depetroquímica e gera expectativas de inflaçãopelos agentes econômicos.O comitê avalia que a volatilidade (flutuação) dos preços de outras commodities (mercadorias em estado bruto, como produtos agrícolas e de extração mineral) "também tem sido relativamente elevada nos últimosmeses", o que reflete o "aumento da incerteza sobre asperspectivas para o crescimento da demanda mundial, e a turbulêncianos mercados financeiros globais".Na últimareunião do Copom, nos dias 4 e 5 deste mês, ficou decidida a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 11,25% aoano. Foi a segunda reunião consecutiva de manutençãoda taxa. Na reunião anterior, nos dias 17 e 18 de outubro,depois de 18 cortes, os diretores do Banco Central já haviam optado pela manutenção da Selic.