Fabíola Ortiz
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro concedeu hoje (27) as licenças ambientais para a construção de escolas, creches, postos de saúde, centros de lazer e unidades habitacionais nas favelas da Rocinha, de Manguinhos e do Complexo do Alemão. As obras estão incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo federal e que prevê a urbanização e integração das favelas da cidade com os bairros que as rodeiam.Segundo o secretário Carlos Minc, as obras vão impedir a expansão desordenada das favelas, além de promover a cidadania, a preservação ambiental e combater a violência nessas áreas."Um quinto da população do Rio vive em áreas parcialmente dominadas pelo tráfico. As obras vão levar cidadania para os moradores das comunidades, combater a violência e promover ganhos ambientais importantes, como esgoto, lixo, água e habitação. A Secretaria também vai investir na educação ambiental e na coleta seletiva. O PAC das favelas vai ser uma transformação radical, o eixo do processo é a acessibilidade. Obras vão incorporar esses bairros ao tecido urbano, impedir a expansão da favelização desordenada e preservar as encostas", afirmou Carlos Minc.Na favela da Rocinha, zona sul da cidade, cerca de 120 mil pessoas vão ser beneficiadas com o projeto que prevê a construção de um Centro Integrado de Atenção à Saúde e de mais de 200 moradias. Já no Complexo do Alemão, na zona norte, além de escolas e de um centro de lazer, serão feitas obras para garantir o abastecimento de água e reformas no sistema de esgoto sanitário. A implantação de um teleférico vai ligar a favela à estação de trens de Bonsucesso. E em Manguinhos, além de centros de lazer e quadras esportivas, serão construídas quase 900 casas.O presidente de uma das três associações de moradores da Rocinha, Carlos Costa, disse esperar que os investimentos do PAC se consolidem e defendeu a criação de espaços que não caracterizem a Rocinha como favela, além de investimentos na capacitação profissional de moradores."Qualquer intervenção que seja para melhorias da condição de vida das pessoas é bem-vinda. Mas não sei se a questão é de quantidade ou se é de qualidade. A quantidade hoje é razoável, mesmo que ainda não seja suficiente, mas não adianta criar uma nova intervenção se não criar condições de cuidado com aqueles espaços que já existem. Emergencial é infra-estrutura, saneamento básico, urbanização, além da criação de espaços de lazer de cultura para o desenvolvimento humano, escolas técnicas de boa qualidade com capacitação profissional. A gente quer viver num espaço considerado bairro, mas que ainda tem a característica de favela", disse.Segundo o governo estadual, serão investidos mais de R$ 900 milhões e o início das obras está previsto para janeiro de 2008.