Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Financiamento acessível e subsídio do governo ao comprador de baixa renda são algumas das medidas sugeridas pelo presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), João Batista Crestana, para acabar com o déficit habitacional no país.“A solução para esse problema, como já aconteceu no México, no Chile, na Espanha, passa por financiamento acessível, o fundo de garantia tem dinheiro para isso, e tem que vir um outro componente, que é o subsídio do governo. Para a família que tem renda de zero a três ou quatro salários mínimos, o governo daria um dinheiro diretamente para que ele possa então comprar o seu imóvel”, avaliou Crestana.O presidente do Secovi ressalta que o setor há muito tempo não tinha um desempenho positivo como o que vem ocorrendo em 2007. De acordo com Crestana, a tendência atual é de crescimento. No entanto, ele destaca que em 1983 o país financiou 600 mil moradias e que, neste ano, o número ainda está abaixo de 350 mil.“O crescimento se espalha pelo país inteiro e hoje ele está bastante forte na área de classe média e média-alta, que está bastante bem atendida quanto ao aspecto financiamento. No setor média e média-baixa e, principalmente, classe baixa ainda está muito carente a oferta e a possibilidade de compra de imóveis”, diz.De acordo com o Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, no último mês de setembro, o volume de vendas de imóveis habitacionais novos cresceu nos segmentos de três e quatro dormitórios, em todas as regiões da cidade de São Paulo. Os imóveis de dois dormitórios, na faixa de até R$ 120 mil, figuraram entre os principais responsáveis pelo resultado obtido em setembro. No total, foram vendidas 4.789 unidades habitacionais, na capital paulistana, em todo o mês de setembro. A expectativa do Secovi-SP é de que as vendas de 2007 sejam 15% ou 16% superiores às do ano passado.