Preço do feijão dispara e pressiona inflação em São Paulo, revela pesquisa

27/11/2007 - 12h43

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O preço do feijão disparou na cidade de São Paulo, pressionando o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pelaFundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Segundo a pesquisa, a alta foi de 20,79%, na terceiraprévia de novembro. O coordenador da pesquisa da Fipe, Márcio Nakane, afirmouque o produto foi o principal responsável pela elevação de 1,05% no grupo alimentos, pressionando o IPC na terceira prévia inflacionária de novembro, queatingiu 0,19% ante 0,05% da prévia anterior.Para o fechamento do mês, o economista prevêtaxa em torno de 0,30%. A meta de variação do ano, projetada em 3,6%, deveser revista, na próxima divulgação do IPC.No período de apuração dos preços, entre 24 de outubro a 22de novembro, comparado à média semanal dos 30 dias anteriores, também foramconstatados aumentos de preços da carne bovina (5,76%) e de  hortigranjeiros (3,11%). “Os produtos innatura, principalmente as verduras, são afetados pelos temporais de final detarde desta época do ano”, observa Nakane. Além disso, ele destaca a influênciada entressafra em produtos como carne, batata e laranja.No grupo transportes com alta de (0,30% ante 0,13%), o avançoainda está mais concentrado no preço do álcool combustível (6,09%). “A gasolina aindaapresenta pequena variação negativa, mas já na próxima pesquisa, isso devemudar”, prevê Nakane.O economista explicou que parte da aceleração verificada emsaúde (0,68% ante 0,57%) está associada a uma alta de 0,73% nos preçosdos remédios. Esse grupo, conforme esclareceu, continua apresentando os efeitosda nova tabela dos planos de assistência médica.Entre os sete grupospesquisados, a surpresa foi a queda de (-0,42% ante -0,27%), em um períodoque” já deveria ser observada uma certa influência dos pacotes de viagens”,apontou Nakane, referindo-se à aproximação da alta temporada de verão. O fato de o grupo Habitação ter indicado recuperação depreço, passando de  -0,32% para -0,39%, mostra que “a redução das tarifas de energia elétrica começa aospoucos a se dissipar”, afirmou Nakane. O IPC da Fipe mede a variação de preços de produtos eserviços consumidos pelos moradores da cidade de São Paulo com renda média  entre um a 20 salários mínimos.