Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Agência Nacional doPetróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) fechou a nona rodada de licitaçãode áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural com arrecadaçãorecorde de R$ 2,1 bilhão – resultado que chega a ser mais de 100% superior aoscerca de R$ 1,08 bilhão arrecadado na sétima rodada, em 2005, até então o maiorem volume de bônus arrecadado.Previsto para durar dois dias,o leilão foi encerrado pouco depois das 18h de hoje (27), com a ANP tendoconseguido transferir para a iniciativa privada 117 dos 271 blocosexploratórios ofertados em nove bacias sedimentares do país – 43% do total, oequivalente a uma área de 45,6 mil quilômetros quadrados.A nona rodada de licitação também foimarcada por um número recorde de empresas habilitadas, um total de 67, emboraas grandes companhias, como a Shell, a Esso e a Texaco não tenham feito ofertapor nenhum dos blocos.A desistência se deveu, na avaliação da própria ANP, àdecisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de retirar os 41blocos localizados na chamada área do pré-sal, em razão da descoberta pelaPetrobras do mega-campo de Tupi.O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, considerou a rodada de licitação um sucesso e lembrouque ela garante para o país investimento mínimo previsto na fase de exploraçãode R$ 6,09 bilhões.“O balanço que nós fazemos ébastante positivo porque nós mais do que dobramos o recorde pago a titulo debônus de assinatura das rodadas anteriores, e chegamos a triplicar osinvestimentos no Programa Exploratório Mínimo – o que é muito importante porquese traduz em obras que são feitas em diversos locais do país.”Das empresas participantes, o grande destaque foi a estreante OGX Petróleo eGás, do empresário brasileiro Eike Batista, que arrematou, sozinha ou emparceria, 21 blocos e pagou R$ 1,56 bilhão em bônus de assinatura – garantindosozinho o recorde batido na rodada.Principal destaque das rodadas anteriores, a Petrobras levou,no entanto, o maior número de blocos: 27, muitos dos quais, porém, em parceriacom empresas como as brasileira Queiroz Galvão e Vale do Rio Doce, a portuguesaPetrogal, a colombiana Ecopetrol e a norte-americana Chevron.A estatal brasileira e suas parceiras, no entanto, pagaram apenas R$ 296,5milhões em bônus de assinatura.