Adiamento do envio da reforma tributária ao Congresso preocupa conselheiros do CDES

27/11/2007 - 16h08

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Membrosdo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) receberam compreocupação a informação de que o governo adiou o envio da proposta dereforma tributária ao Congresso Nacional. A reforma é o principal temada reunião de hoje (27) do conselho, que se realiza nesta tarde no Palácio doPlanalto."Minha preocupação é que, se essa reforma não for votada até maio do anoque vem, foi-se a possibilidade de avançar na reforma tributária",disse, em discurso, o ex-governador do Rio Grande do Sul GermanoRigotto, relator do grupo de trabalho do CDES que vai analisaro projeto de reforma tributária. Para ele, será muito difícil realizara reforma nos últimos dois anos de governo. "Dificilmente a propostavai avançar no último período de governo." Caso isso ocorra,Rigotto afirmou que a alternativa será a realização de umaassembléia constituinte exclusiva para tratar do tema.Ele disse que, mesmo compreendendo as razões alegadas pelo governo, de nãocolocar a reforma em pauta no mesmo momento em que se discute aprorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), não concorda com a perda dessa oportunidade.SegundoRigotto, o governo reúne todas as condições para aprovar já a reforma.Lembrou que os indicadores econômicos estão sólidos, o presidente Lulatem uma boa base de sustentação no Congresso e que já foram feitosacordos suficientes com relação ao conteúdo do projeto. "Unanimidade,não vamos ter nunca. Consenso entre os governadores, nós não vamos ternunca. Consenso entre as entidades representativas nesse conselho, nãovamos ter nunca. Agora, vamos mandar um projeto que inicie esseprocesso de racionalização dos tributos. Que não seja um projeto ideal,dos sonhos, mas que inicie esse processo de racionalização", sugeriu.Outro membro do CDES, Antoninho Trevisan, também manifestou insatisfação com o adiamento.  "O governo deu um passo atrás, seríssimo", afirmou. De acordo com Trevisan, desde fevereiro, o conselho está empenhado em colaborar com a elaboração da proposta."Mais do que isso, nos entusiasmamos com as palavras do presidenteLula, que, mais de uma vez, liderou esse ambiente no sentido de que aproposta seria encaminhada".