Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O setor detelemarketing é, atualmente, considerado um grande empregador, mas também o maior "fabricante" de doenças decorrentes dotrabalho no país. A avaliação é de Ivomarde Magalhães Barbalho, diretor de saúde do Sindicatodos Trabalhadores em Telecomunicações do DistritoFederal (Sinttel-DF), para quem esse tipo de trabalho é"adoecedor”.Os profissionais doschamados call centers, explicou, trabalham de seis a sete horas pordia, com cerca de 15 minutos para intervalo e lanche, e outros cincominutos para irem ao banheiro. "Alguns operadores chegam aatender cerca de 300 ligações em um único dia detrabalho", exemplificou.Ele alertou que setodas as doenças fossem, de fato, registradas, os dadosestatísticos seriam muito mais altos no país e tambéma cobrança por parte de órgãos nacionais einternacionais ao governo: “Vão questionar como é queuma área que emprega tanta gente está adoecendo tantagente.”As empresas detelemarketing, segundo o sindicalista, “maquiam” as doençasocupacionais para que pareçam doenças comuns, nãoadquiridas em função do trabalho. Ele denunciou aindaque “elas aproveitam o alto número de desempregados no país,além de jovens em busca do primeiro emprego – ficou doente,elas descartam e pegam o próximo; ou, se não estáatendendo, não está produzindo."