Governo também precisa de apoio da base para aprovar CPMF

26/11/2007 - 5h00

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para conquistar os 49 votosnecessários e aprovar a prorrogação, até 2011, da cobrança da Contribuição Provisóriasobre Movimentação Financeira (CPMF) no Senado, o governo federal precisa não somente do apoio do PSDB, mas da própria base aliada. O líderdo governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), tem afirmado queo momento é de aprofundar as negociações para conquistar os votos necessários à aprovação damatéria. "Não trabalhamos com data para votar aCPMF. Quando tivermos os votos, espero que o mais rápidopossível, colocaremos em votação", disse.O PMDB, maior bancada no Senado, com20 parlamentares, tem três votos anunciados publicamente contraa prorrogação da CPMF: Pedro Simon (RS), MãoSanta (PI) e Jarbas Vasconcelos (PE).No PTB, que soma seisvotos, Romeu Tuma (SP) e Mozarildo Cavalcanti (RR), descartamqualquer possibilidade de mudar seus votos contrários àproposta de emenda constitucional (PEC). O petebista SérgioZambiasi (RS) condiciona seu voto ao atendimento, pela equipeeconômica, de reivindicações da bancada gaúcha."Se, para o governo, a CPMF é uma causa, para nós, oRio Grande do Sul também é uma causa", afirma.O Executivo também enfrenta problemas em outras legendas eparlamentares de sua base. O PDT, que tem cinco senadores, queraprofundar as negociações. O pedetista Osmar Dias (PR)colocou à disposição do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o cargoda presidência da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) no estado, indicação da bancada paranaense. Em discurso noplenário, Osmar Dias afirmou que nãoaceitará "voto de cabresto", seja por parte dogoverno ou de seu partido. "Votarei de acordo com a minhaconsciência", acrescenta.No PR, outro partido dabase aliada, dois votos são considerados indecisos: os de ExpeditoJúnior (RO) e de César Borges (BA). O senador baianoconsidera "insuficiente" a proposta do governo de reduçãode 0,02% na alíquota da CPMF nos próximos quatro anos."Pelo menos, poderiam estabelecer uma redução quechegasse aos 0,20%, percentual da CPMF repassado à saúde,para que não tivesse a desculpa de que o fim do impostoprejudicaria o setor".Já a oposição do DEMfechou questão com os 14senadores para votar contra a matéria. Por esta conta, semlevar em consideração a tendência do petebistaZambiasi, o governo teria hoje 48 votos a favor da CPMF, um a menosque o necessário.