Indígena substituirá coordenadora da Funasa no Amazonas

21/11/2007 - 21h58

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Nos próximos dias, a coordenadora da Fundação Nacional deSaúde (Funasa) no Amazonas, Margareth Menezes, será substituída peloindígena Sílvio Machado, da etnia Tukano. No mesmo período, a chefiado Distrito Sanitário Especial Indígena de Manaus será assumida por Isael Mundurucu, no lugar de Maurazina Sabóia. As decisõesforam anunciadas hoje (21), após audiência deconciliação promovida pela Justiça Federal entre representantes daFunasa e as lideranças indígenas responsáveis pela ocupação da sede doórgão federal no estado. Foi marcado um novo encontro para sexta-feira, quando poderá ser anunciada a decisão sobre o pedido de reintegração de posse do prédio, protocolado na segunda-feira (19), na 1ª Vara da Justiça Federal. "Os indígenas vão continuar no prédio, mas com uma observação,que trata do início de uma negociação com a presidência da Funasa e como Ministério Público. Creio que na sexta-feira vamos fechar essahistória de forma satisfatória, no sentido de avançar e melhorar a saúdeindígena na região", disse o presidente da Coordenação das Organizações Indígenas da AmazôniaBrasileira (Coiab), Jecinaldo Sateré, que acompanhou a audiência.O diretor de secretaria da 1ª Vara da Justiça Federal doAmazonas, Ronaldo Souza, informou que somente hoje foi concluído oprocesso para a juíza Jaiza Fraxe, responsável pela ação. "Ainda não hánenhuma decisão, apesar de alguns veículos de comunicação teremdivulgado que a juíza havia mandado retirar os indígenas do local",afirmou.O delegado da Polícia Federal, Scarpellini Vieira, explicouque desde o início a ocupação é acompanhada por policiais federais. E destacou que uma ação de retirada dos indígenas dependeria de decisão judicial. Neste caso, ressaltou, a Fundação Nacional do Índio (Funai) será convidada a acompanhar aatividade."A reintegração não é feita de uma hora para outra. Depois quea gente receber a decisão judicial, os indígenas serão intimados pelosoficiais de Justiça e notificados para desocupar o prédio, com prazo para uma saída pacífica. Caso não seja feita a desocupação, osoficiais vão solicitar à Polícia Federal que promova a desocupação.Os funcionários da Funai têm que estar no local, acompanhando o processo que pode ser muito difícil, já que há mulheres e crianças no prédio", avaliou.