Obras de Angra 3 podem ser retomadas ainda no primeiro semestre de 2008

21/11/2007 - 16h10

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, disse hoje (21) que a construção da usina nuclear de Angra 3 deverá ser retomada no primeiro semestre de 2008. O objetivo é fazer com que a usina entre em operação a partir de maio de 2014. A Eletronuclear é a estatal responsável pela construção e operação das usinas nucleares no Brasil.

Othon da Silva acredita que é possível realizar esse cronograma porque o Ministério de Minas Energia deverá receber, até a primeira semana de dezembro, um relatório independente sobre os custos de investimento de Angra 3 - realizado por uma empresa de auditoria. O processo de revisão dos custos para a retomada da obra deverá estar concluído no final de janeiro do próximo ano, estimou Othon da Silva.

“Logo depois que eles entregarem o relatório, nós vamos reiniciar as negociações de contrato. E a gente tem fundadas esperanças de estar, no primeiro semestre do ano que vem, recomeçando fisicamente as obras. E sem dúvida isso vai ocorrer”, disse Silva. Ele destacou que todas as orientações do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estão sendo cumpridas.

O presidente da Eletronuclear afirmou que depois de passar por cinco avaliações, o custo de Angra 3 não deverá ficar muito diferente dos R$ 7,2 bilhões previstos anteriormente pela estatal. Mesmo considerando os gastos já efetuados com a compra de equipamentos para a usina e para a manutenção anual, que atingem cerca de R$ 1,5 bilhão, Othon da Silva calcula que a tarifa para a energia gerada por Angra 3 poderá ficar entre R$ 130 e R$ 140 megawatt/hora. “Mesmo se fosse R$ 170 seria competitivo”, avaliou.

Silva analisou que uma redução tarifária é pouco provável uma vez que o preço dos insumos tem crescido. “Não é só para nuclear não. É para todos os energéticos. É muito difícil a gente imaginar que venha a cair o preço”.

Angra 3 terá potência de 1,350 mil megawatts e poderá gerar 10,9 milhões de megawatts/ano. Com a conclusão dessa usina,  a expectativa é que o complexo nuclear de Angra tenha capacidade para abastecer 80% do consumo de energia do estado do Rio de Janeiro.

O presidente da Eletronuclear encerrou o 1º Workshop sobre Geração Nuclear e a Matriz Energética Brasileira, promovido pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), no Rio de Janeiro.