Médicos lançam movimento nacional por melhores condições de trabalho no SUS

21/11/2007 - 18h35

Paloma Santos
Da Agência Brasil
Brasília - Médicosde todo o país lançaram hoje (21) o Dia Nacional doProtesto, um movimento para reivindicar melhores condiçõesde trabalho e de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).Os profissionais da saúde reclamam da precariedade nainfra-estrutura dos hospitais do SUS e dos baixos salários. Olema da manifestação é “Respeito aos médicos.Respeito aos pacientes”.Segundo o conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM) ecoordenador da Comissão Nacional Pró-SUS, GeraldoGuedes, a falta de condições adequadas de trabalhoprejudica a qualidade dos atendimentos hospitalares e aumenta otempo de espera dos pacientes.

“Passamos por situações de risco, na qual os pacientes sãosubmetidos a condições desumanas. Àsvezes, eles têm que deitar em macas nos corredores e atémesmo no chão em busca de atendimento”.

Guedesinformou que os médicos farão paralisações-relâmpago de até duas horas e promoverão debates, dentre outras ações,como forma de reivindicação pela qualidade da saúde.

Ele afirma que o objetivo não é prejudicar ospacientes, que já sofrem nas filas de espera.

“Osmédicos não aceitam mais compactuar com essa situação.Muitas vezes somos responsabilizados pelo mau atendimento,mas vamos explicar aos pacientes a razão de eles padeceremnas filas”.

Segundo Guedes, as manifestações começam hoje ese estendem por três meses. A cada semana, acrescentou, será distribuído à imprensa e aospacientes um roteiro das instituições onde ocorrerãoas paralisações.

“Cansamosde ser passivos e esperar que um dia as autoridades resolvam oproblema. Decidimos, por desencanto e por acreditar no SUS, nostornar peças ativas nesse processo. Mas, se após ostrês meses não obtivermos resultado, vamos tomaratitudes mais drásticas”.

Sobre o fato de o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ter criticado ontem (20) a ameça de greve de médicos do SUS, Guedes disse que o ministro parece não ter conhecimento sobre a situação dos hospitais brasileiros.

"Parece que ele não está no Brasil. Se nós perguntarmos a qualquer cidadão que utiliza a saúde pública, ele vai contar histórias e mais histórias da via crucis que é depender do SUS".

Os médicos reivindicam reajuste de 100% do montante destinado aoshonorários do SUS, aumento do piso salarial para R$ 6.963,52 por 20 horas de trabalho, carreira de Estado, alémdo aumento das verbas destinadas à saúde e reformas noshospitais.

O Ministério da Saúde informou, por meio de sua assessoria de imprensa,que não vai se posicionar sobre o assunto.