Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Boletim Epidemiológico Aids/DST, divulgado hoje (21) pelo Ministério da Saúde, confirma a tendência de queda no número de infectados pelo vírus HIV entre homossexuais ou bissexuais e o crescimento entre heterossexuais.Em 1996, entre os homens que tinham o vírus HIV, 29,4% eram homossexuais ou bissexuais. Em 2006, foram 27,6%. O percentual de homens heterossexuais contaminados pelo vírus passou de 25,6%, em 1996, para 42,6% no ano passado.Outro fator novo apresentado pela pesquisa é que tem caido o número de usuários de drogas injetáveis infectados pelo HIV. Em 1996, 23,6% dos casos registrados em homens eram de usuários. O número caiu para 9,3% no ano passado. No caso das mulheres, esse percentual baixou de 12,6% para 3,5% no mesmo período.Segundo a diretora do Programa Nacional de DST e Aids, MariângelaSimão, o principal motivo da queda é a adoção de programas de redução de danos para usuários de drogas injetáveis, apesar de esse sistema ainda sofrer reações conservadoras de alguns setores da sociedade.Ela também cita como fatores para a diminuição estatística a morte de usuários de drogas e a mudança do padrão do uso de droga no Brasil, das drogas injetáveis para o crack.De acordo com Simão, diferentemente da maior parte dos países em desenvolvimento no mundo, o Brasil permite o acesso aos medicamentos anti-retrovirais e a exames de acompanhamento. Ela destaca o trabalho de prevenção no país, feito tanto com populações específicas (por exemplo, profissionais do sexo, grupos gays, travestis e transexuais) como nas escolas.“O diferencial do Brasil na área de prevenção é que o país não ignora nenhum foco. Muitos outros países dizem que não existem grupos vulneráveis, mas o governo brasileiro tem uma política sobre aberta sobre isso”.