Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A demorapara detectar a contaminação pelo vírus HIV e as diferenças regionais doSistema Único de Saúde (SUS) fazem com que o Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país apresentem o maiorpercentual de pessoas que morrem atéum ano depois de descobrirem a doença.A avaliaçãoé da diretora do Programa Nacional de DST e Aids, MariângelaSimão. “Ainda temos diagnósticos nãoquando a pessoa é soropositiva, mas quando ela já tem a manifestação da aids. Todo caso que édiagnosticado já como aids é tardio”.Enquantoem todo o Brasil a média de mortes um ano após adescoberta da doença é de 6,1% dos casos, nessasregiões os percentuais são mais que o dobro. Os dadosfazem parte do Boletim Epidemiológico Aids/DST,divulgado hoje (21) pelo Ministério da Saúde.SegundoSimão, o governo federal está tentando melhorar asformas de diagnóstico nessas regiões. “O Ministérioda Saúde tem buscado, junto com as secretarias estaduais emunicipais de saúde, intensificar a capacidade de diagnóstico,não apenas com o estabelecimento de laboratórios como na ampliação do acesso ao teste rápidodo HIV”.Elalembra que o exame para detectar o vírus estádisponível gratuitamente pelo SUSem todas as cidades do Brasil ou em um dos 383 Centros de Testagem eAconselhamento do país. O exame tem o anonimato garantido e oresultado é sempre confidencial. “Qualquer pessoa que temvida sexual ativa e que tenha desconfiança de ter se submetidoa alguma situação que considerou de risco deve tiraressa dúvida e procurar o serviço, porque quanto maisprecoce fizer o diagnóstico da infecção, melhoré o seu prognóstico”.O boletim tambémmostra que 90% das pessoas com aids na região Sudestecontinuaram vivas cinco anos após terem detectado a infecçãopor HIV. No Norte, esse percentual foi de 78%; no Centro-Oeste, 80%;no Nordeste, 81%; e no Sul, 82%.De 1980 ajunho de 2007, foram notificados 474.273 casos no país.Desses, 289 mil foram no Sudeste; 89,2 mil no Sul; 53 mil noNordeste; 26,7 mil no Centro-Oeste; e 16,1 mil no Norte. SegundoSimão, enquanto nas regiões Sul,Sudeste e Centro-Oeste a tendência é que a o númerode casos se estabilize, no Norte e Nordeste a tendênciaé de crescimento.