Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os ministros daJustiça, Tarso Genro, e da Defesa, Nelson Jobim, discutiramnesta segunda-feira (29), em Brasília, açõespara solucionar o impasse sobre a desocupação de não-índios da reserva indígena RaposaSerra do Sol, no norte de Roraima. Há quase cinco meses, oSupremo Tribunal Federal (STF) decidiu retirar agricultores da áreae manter o decreto presidencial que garante 1,74 milhão dehectares para os 18 mil índios da região.De acordo com oministro Tarso Genro, a área reservada aos índios jáfoi devidamente demarcada, mas ainda serão necessáriasprovidências para desocupar as áreas sem causarconflitos com a população não-indígena.“A avaliação do Ministério da Justiça éde que a decisão [do STF] precisa ser rigorosamente cumprida.É preciso agir de forma mais tranqüila para que seminimizem os conflitos diretos”, disse. Tarso garantiuque não houve pedido de auxílio das ForçasArmadas e também não estabeleceu prazos para aliberação das terras. “Trouxe algumas questõesambientais para o ministro Jobim avaliar. Esse assunto temimportância econômica e repercussão políticainternacional”, disse o ministro sem entrar em detalhes. O ministroNelson Jobim não conversou com os jornalistas após areunião com Tarso Genro. Estima-se que ainda existam seteprodutores de arroz na área indígena. O InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária(INCRA) ofereceu uma área de 24 mil hectares paraassentar os agricultores, mas ainda há resistência. Vivem na reserva cerca de 14 mil índios das etnias Macuxi, Wapixana, Ingarikó, Taurepang e Patamona.