Isabela Vieira e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O pagamento de benefícios da Previdência e da assistência social foi responsável por tirar 21,9 milhões de brasileiros da linha da pobreza em 2006. O número foi divulgado hoje (29) pelo Ministério da Previdência Social, que apresentou um estudo com o impacto dos mecanismos de proteção social sobre a população do país, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).De acordo com o levantamento, a quantidade de brasileiros que vivem em famílias em que cada um dos membros ganha menos de R$ 175 mensais foi de 57,8 milhões no ano passado – 31,5% da população do Brasil. Caso fosse excluída a renda das aposentadorias, pensões, auxílios e da Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), o número de brasileiros abaixo da linha da pobreza aumentaria para 79,7 milhões – 43,5% dos habitantes.O efeito dos benefícios previdenciários é mais evidente nas pessoas a partir de 55 anos. Nessa faixa etária, a taxa de pobreza – renda per capita inferior a meio salário mínimo – está em torno de 20%. Não fosse o pagamento de aposentadorias e pensões, o índice seria de 40%, estima o ministério.As diferenças, conforme o levantamento, acentuam-se com o aumento da idade. Na população com 70 anos, o índice de pobreza ficou pouco abaixo de 10% no ano passado, contra mais de 60% caso os benefícios não fossem pagos.Segundo o ministro da Previdência, Luiz Marinho, um dos principais fatores responsáveis pela redução dos níveis de pobreza é a recuperação do salário mínimo, atualmente em R$ 380, quase o dobro dos R$ 200 registrados em 2002. Isso porque 16,4 milhões de brasileiros recebem um salário mínimo, o que corresponde a 65,6% dos benefícios.“É um número bastante significativo”, destacou o ministro. “Temos quase 22 milhões de pessoas que tiramos da linha de pobreza. Certamente, o aumento destacado do aumento do poder de compra do salário mínimo interferiu nesse resultado.”O estudo revela ainda que, dos 19 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, 15,4 milhões (80,7%) recebem algum benefício da Previdência ou da assistência social. A cobertura atinge 85,5% dos idosos homens. Entre as mulheres, o índice é de 76,9%.