Lula defende liberdade sindical e diz que governo não deve interferir nas negociações trabalhistas

29/10/2007 - 18h16

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente LuizInácio Lula da Silva aproveitou a presença de centenasde trabalhadores do Complexo Ford de Camaçari, na Bahia, nascomemorações da produção de um milhãode veículos na região, para defender a liberdadesindical e o direito de greve, mas deixou claro que o governo nãodeve interferir nas negociações entre trabalhadores epatrões. "Hoje, a questãodo movimento dos trabalhadores é uma questão entre asempresas e os trabalhadores, não é um problema dogoverno" , afirmou. "O governo não se mete porquenós achamos que a liberdade sindical e o direito de greve sãoconquistas universais e que precisam ser mantidas para o bomfuncionamento da democracia", complementou.Lula tambémenfatizou a importância da formação profissionalde homens e mulheres. "Somente a qualificaçãoprofissional vai permitir que vocês conquistem a cidadaniaplena, e vai permitir que vocês possam ter emprego, seja aquiem Camaçari ou seja em qualquer lugar do Brasil", disseLula.O presidente reafirmouque o governo federal pretende criar 10 novas universidades federais,48 extensões universitárias e 214 escolas técnicasem todo o país. "Uma naçãosó será maior se o seu povo estiver melhor preparado,se a gente tiver orgulho, se a gente tiver respeito próprio ese a gente não andar de cabeça baixa nesse mundoglobalizado aonde duas ou três nações pensam quesão donas do planeta", disse Lula.O presidente exaltou osbiocombustíveis e a produção de carros flexfuel como diferenciais brasileiros no mercado mundial. "OBrasil vai passar a ser o primeiro país do mundo a ter carrose caminhões em que as pessoas terão o luxo de chegar noposto de gasolina e escolher qual é o combustível maisbarato, ambientalmente mais correto. E é isso que vai permitirque o Brasil ocupe um lugar de destaque no mundo", ressaltou.Segundo o Ministériodo Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, osetor automotivo deve fechar 2007 com uma produção de2,9 milhões de veículos, 11% a mais do que no anopassado, e 660 mil unidades exportadas para o mundo todo. As vendas internasdevem registrar crescimento de 27% em relação a 2006,totalizando 4,45 milhões de veículos. Os flex fueljá representam cerca de 85% das vendas de automóveis ede comerciais leves no país.