Antes de reconhecer derrota, Carrió critica declaração de vitória de Cristina com 10% de apuração

29/10/2007 - 7h58

Julio Cruz Neto
Enviado especial
Buenos Aires (Argentina) - A oposição relutou em aceitar a vitória de Cristina Kirchner (Frente pela Vitória) e criticou o fato de a presidente eleita da Argentina ter se declarado vencedora com apenas 10% da apuração realizada, às 21h58 (22h58 de Brasília) de ontem (28). A crítica mais incisiva veio da segunda colocada, Elisa Carrió (Coalizão Cívica), que se recusou a reconhecer a vitória naquele momento e assumiu a responsabilidade de divulgar o resultado da eleição quando ele de fato existisse, algo que, segundo ela as autoridades competentes não fizeram. Mais tarde, à 1h30 (2h30 de Brasília), a segunda colocada veio a público reconhecer a derrota. Mas frisou que a Coalizão Cívica é a "segunda força política" do país. "Nenhum país civilizado do mundo pode declarar presidente uma candidata com menos de 60% dos votos apurados", disse Carrió. "Se a candidata oficialista tiver superado os 40% quando tiverem apurado 60% dos votos nos principais centros, vamos reconhecer a vitória", afirmou. Carrió também lamentou que seu país não tenha "instituições sólidas que nos dêem tranqüilidade e certeza". Pouco antes, Enrique Oliveira, dirigente da Coalizão Cívica, tinha declarado: "Ninguém com responsabilidade política pode se basear nos dados que saíram até agora". Roberto Lavagna, o terceiro colocado, criticou o atual governo de Néstor Kirchner, marido de Cristina. "Nosso país merece mais do que temos hoje. Merecemos uma nação mais equilibrada do ponto-de-vista social, mais democrático do ponto-de-vista social e mais integrada do ponto-de-vista internacional." Sobre a disputa, o candidato de UNA (Uma Nação Avançada) afirmou: "Não há batalha pior do que aquele que não se luta. Nós lutamos com coração, coragem. Temos as mãos limpas".