Conselho de Ética da Câmara prorroga prazo para analisar processo contra Olavo Calheiros

23/10/2007 - 22h16

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara aprovou, hoje (23), a prorrogação por 90 dias do prazo para conclusão do processo de quebra de decoro parlamentar contra o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL). O deputado, irmão do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), responde a processo movido contra ele pelo P-SOL.Ele é acusado de envolvimento com o empresário Zuleido Veras, da Gautama, em supostas fraudes em licitações públicas no Programa Luz para Todos. O deputado também é suspeito de tráfico de influência na venda de uma fábrica de sucos e refrigerantes (Conny Indústria e Comércio de Sucos e Refrigerantes), no município de Murici (AL), para a cervejaria Schincariol. Avaliada em R$ 10 milhões, a fábrica foi comprada de Calheiros por R$ 27 milhões. Em troca, o parlamentar teria atuado no governo para favorecer a regularização de dívidas da cervejaria com a Previdência Social.O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse que a prorrogação de prazo para a conclusão do processo é preventiva, uma vez que o prazo regimental termina em 6 de novembro próximo. "Prorrogamos por 90 dias, de forma preventiva, mas pretendemos concluir os trabalhos até o final de novembro".Izar informou que amanhã (24), o relator do processo, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), e mais dois deputados do Conselho de Ética vão a Maceió e depois a Murici para apurar as denúncias sobre a venda da fábrica. "Os deputados vão investigar se o negócio foi legal, se houve alguma ilegalidade na venda da fábrica para a cervejaria", explicou Izar.