BC acertou ao manter juros, analisa executivo do setor financeiro

23/10/2007 - 23h02

Kelly Oliveira e Daniel Lima
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 11,25% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central “foi correta", na avaliação do vice-presidente sênior do Banco Itaú, Alfredo Egídio Setúbal. Ele participa hoje (24) de reunião de empresários com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros, no Palácio do Planalto."Foi correta nessa conjuntura incerta que estamos vivendo na economia internacional", disse. Na opinião dele, a conjuntura externa não desestimula investimentos no Brasil. Setúbal previu um crescimento de 5% para a economia brasileira neste ano e em 2008. O empresário disse ainda que, "sem dúvida", no próximo ano será possível reduzir a Selic. "Se possível neste ano, se a conjuntura se acalmar no exterior", disse ele, ao acrescentar que, em 2008, a taxa básica de juros deverá cair para 10% ao ano. Setúbal comentou ainda a desvalorização do real frente ao dólar, que ele não considera um "problema sério". "É um problema para alguns setores, mas o governo tem dado benefícios. Acho que isso se resolve com o tempo". Para o vice-presidente, o spread (diferença entre taxa paga pelos bancos e a que eles cobram para repassar empréstimo) e as tarifas bancárias estão caindo, em função da competição na economia brasileira. Ontem (23), o diretor do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou que o espaço para reduzir os juros cobrados do consumidor depende de redução do spread, uma vez que a Selic foi mantida em 11,25%. A Selic é parâmetro para o custo de captação de dinheiro no mercado pelos bancos no mercado.Setúbal defendeu a redução gradual da alíquota da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), atualmente em 0,38%, a partir do próximo ano, e redução da carga tributária, com desoneração da folha de pagamentos.Participam da reunião os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, do Planejamento, Paulo Bernardo, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.