Polícia Federal e Ministério Público vão apurar se houve doação irregular da Cisco ao PT

24/10/2007 - 20h38

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O MinistérioPúblico Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) vãoapurar uma suposta doação irregular de R$ 500 mil daempresa Cisco Systems ao Partido dos Trabalhadores (PT). Asinformações são da Assessoria de Comunicaçãoda Procuradoria da República (PR) no Estado de SãoPaulo.De acordo com a PR, foram interceptados diálogostelefônicos entre diretores da Cisco, multinacionalnorte-americana do ramo de informática, e da distribuidoraMude indicando a transação irregular, com objetivo demanipular o resultado de uma licitação da CaixaEconômica Federal (CEF). As ligações foramgrampeadas com autorização da Justiça naOperação Persona, realizada pela Polícia Federalna semana passada.A AgênciaBrasil procurou a Cisco e o PT, mas nem a empresa nem o partidodestacaram alguém para conceder entrevista sobre oassunto.“Na época em que tais diálogossurgiram nas interceptações telefônicas,autorizadas judicialmente, foi decidido que as investigaçõesa respeito de fatos que não tivessem ligação comas fraudes em importação seriam apuradas assim que asdiligências da Operação Persona fossemdesencadeadas. O objetivo era não prejudicar o sigilo dosautos, fundamental para o sucesso de toda a Operação”,diz o texto de nota divulgada pela procuradoria.Quarentapessoas, entre elas o presidente da empresa Cisco, Pedro SantosRipper, foram presas pela operação daPF. Segundo a Receita Federal do Brasil, a fraude consistia nautilização de empresas instaladas em paraísosfiscais (Panamá, Bahamas e Ilhas Virgens Britânicas) ede sócios de baixo poder aquisitivo para realizar importaçõescom impostos reduzidos e burlar os controles da alfândegabrasileira. A Receita calcula que os envolvidos deixaram de recolhercerca de R$ 1,5 bilhão, informa o texto da Procuradoria daRepública.Ripper foi libertado namadrugada do último domingo (21), em São Paulo, pordeterminação do juiz  Alexandre Cassetari, da 4ªVara Federal Criminal. O empresário é acusado departicipar do esquema de fraude e sonegação fiscal.