Taxas de juros ao consumidor devem continuar em queda, diz dirigente do Banco Central

23/10/2007 - 12h50

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As taxas de juroscobradas do consumidor continuarãoa cair, apesar da taxa básica de juros (Selic) ter sidomantida em 11,25% neste mês. A avaliação foi feita hoje (23) pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, AltamirLopes. Em entrevista coletiva, Lopes disse que astaxas de captação de empréstimos respondem aocomportamento da Selic, mas ressaltou que outros movimentos, que poderão ser observados daqui para a frente, estarão vinculados ao spread (diferença entre a taxa paga pelos bancos e aque eles cobram para repassar o empréstimo). “Como temos uma inadimplência estável e baixa, a expectativa é que o spread caia um pouquinho, com isso serefletindo, evidentemente, na taxa ao tomador final”.Segundo o Relatóriode Política Monetária, divulgado hoje pelo BancoCentral, em setembro, o spread caiu 0,1 ponto percentual e 3,2 pontos percentuais em 12 meses, chegando a24,6 pontos percentuais. Para a pessoa jurídica, o spread passoude 12,4 para 12,7 pontos percentuais e, para pessoa física, de 35,3 para 35 pontos percentuais, deagosto para setembro.Quanto à taxa dejuros média de pessoas jurídicas e físicas, caiude 35,7% para 35,5%. A taxa para pessoa física caiu 0,3 pontopercentual, chegando a 46,3% e para pessoa jurídica aumentou0,1 ponto percentual, chegando a 23,2%¨ao ano. A taxa deinadimplência, considerados atrasos superiores a 90 dias, caiupara 0,1 ponto percentual, chegando a 4,6%. Essa variaçãoocorreu tanto para pessoas físicas (de 7,2% para 7,1%) quantojurídicas (2,4% para 2,3%). De acordo com o chefe do DepartamentoEconômico do BC, com o aumento do prazo depagamento dos empréstimos, os bancos poderão reduzir ospread e, conseqüentemente, cobrar menos juros. O prazo médiode pagamento se manteve estável em 339 dias corridos em agostoe setembro, depois de passar por um período de aumento durante oano. Em janeiro, o prazo era de 301 dias. O comportamentode redução do spread não foi observado nos oitoprimeiros dias úteis de outubro. Segundo Lopes, nesse período,o spread médio subiu de 24,6 pontos percentuais, em setembro, para 24,7 pontos. A taxamédia de crédito subiu 0,2 ponto percentual, passando para 35,7% ao ano.