Ministério da Saúde lança guia de recomendações para tratamento da aids

23/10/2007 - 16h28

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Saúde lançou hoje (23) um guia com recomendações para o tratamento de pacientes com aids. Elaborado pelo Programa Nacional de DST/Aids, o manual é destinado a médicos infectologistas, clínicos gerais, psicólogos e enfermeiros, entre outros profissionais.Segundo o infectologista Orival Silveira, coordenador do programa, o manual traz dicas para tornar o tratamento da aids mais humano. “O guia está completo e aborda a atenção integral. Isto é, vê o paciente como um todo e não apenas como o portador de um vírus”, explica.Intitulado Guia de Recomendações para Terapia Anti-Retroviral de Adultos e Adolescentes Infectados pelo HIV, o manual, salienta Silveira, está baseado em evidências científicas que tornam os profissionais de saúde menos suscetíveis às pressões de determinados setores.Em relação aos medicamentos, o guia adotou a classificação elaborada pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, que divide os remédios em cinco níveis conforme a credibilidade científica, definindo os de nível 1 como os mais testados. “Isso elimina conflitos de interesses. Existe uma pressão da indústria farmacêutica que mostra resultados tendenciosos em relação ao poder determinados medicamentos”, afirma Silveira.A abordagem ao portador de HIV também é destaque no guia, que traz um capítulo dedicado à primeira consulta com o paciente. Nessa ocasião, o ministério recomenda ao médico a levar em conta, nos exames iniciais, fatores como a profissão, o horário de trabalho e o uso de álcool e de drogas. “O uso de álcool, maconha, ecstasy não era abordado, ou era abordado muito superficialmente”, ressalta Silveira.De acordo com o infectologista, o comportamento do paciente determina, por exemplo, se ele interromperá o tratamento aos fins de semana, o que leva ao aumento da resistência do HIV no organismo infectado. “O mais importante é garantir a adesão do paciente. Porque se ele deixa de tomar o medicamento sistematicamente aos sábados e domingos, um tratamento que poderia funcionar durante dez anos pode ser encurtado para dois” explica.Distribuído desde 1994, o guia foi lançado durante o 15º Congresso Brasileiro de Infectologia, em Curitiba (PR).