Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de afastado do cargo de presidente do Senado e de estar de licença médica por dez dias, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pode ter de responder a mais uma representação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética.A Mesa Diretora do Senado se reúne hoje às 11 horas para decidir se aceita a representação do P-SOL que pede investigação da denúncia de que Renan Calheiros teria usado emendas ao orçamento para repassar recursos para obras não executadas que seriam feitas por uma empreiteira “fantasma” e que seria de um ex-assessor. Se for aceita, será a sexta representação contra Renan na Casa.“A decisão majoritária será respeitada”, disse o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC). Ele explicou que essa representação pode até ser incorporada às já existentes "se regimentalmente puder”.A Mesa também vai decidir se aceita outra representação protocolada pelo P-SOL por quebra de decoro parlamentar. Dessa vez, contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).O partido quer que o Conselho de Ética do Senado investigue o suposto esquema de arrecadação de dinheiro para a campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998, do atual senador Eduardo Azeredo.O esquema envolveria um caixa 2 que teriacomo arrecadador o empresário Marcos Valério de Souza, o mesmoenvolvido no caso do chamado mensalão, no qual o SupremoTribunal Federal (STF) aceitou denúncia e decidiu abrir processo penal contra 40 pessoas. O esquema ficou conhecido como "mensalão mineiro". Neste caso, há a expectativa de que o processo seja arquivado sob o argumento de que a denúncia é de fato anterior ao exercício do mandato.